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Figura 5 - Conhecimentos ativados durante a leitura de um texto escrito
Fonte: elaborado pelos autores.
Ao conferir responsabilidade exclusiva pelo trabalho com a leitura e a formação do leitor ao
componente de Língua Portuguesa ou literatura, estamos restringindo a prática de leitura aos
conhecimentos linguísticos acessados, que, bem sabemos, não são os únicos necessários para
uma leitura efetiva e crítica.
Nesse sentido, para explorar toda a potencialidade da leitura, promovendo a formação de lei-
tores críticos, é necessário superar a fragmentação e linearidade do currículo, que fazem com
que textos, gêneros e temáticas sejam encapsulados em anos/séries sem considerar a fluidez da
leitura e o percurso do leitor, nada linear.
É importante também conceber e trabalhar o texto situado sociodiscursivamente, isto é, pro-
duto de situações comunicativas reais, provenientes de um autor que escreve para um público,
com uma função social específica. Sendo assim, a leitura artificializada de fragmentos de textos
nos materiais didáticos, que abstrai os textos dos seus suportes originais, não pode ser a única
fonte de leitura para os nossos estudantes. É preciso ir além dos livros didáticos, incentivando
e naturalizando a leitura nos múltiplos suportes: os textos genuínos estão nos livros, mas tam-
bém estão nos rótulos, na tela do computador, no outdoor da rua, nos panfletos do comércio, nas
placas de trânsito.
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