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Do mesmo modo, o ato de ler não acontece ao acaso, sem um contexto e uma finalidade comu-
nicacional. Lemos com inúmeros objetivos, para buscar informações específicas, para estudar,
para nos divertir, entre outras finalidades. Independentemente do motivo da leitura, há sempre
uma necessidade real (mesmo que pessoal) que nos impele a ler.
Muitas vezes, nas atividades escolares que envolvem a leitura, o ato de ler se torna vazio e essa
atividade alcança um fim em si mesmo, servindo apenas para verificar o desempenho oral da
leitura ou para ocupar um tempo de aula. Outras vezes, a leitura é encarada apenas com uma
atividade mecânica para responder a exercícios com interpretação única ou previsíveis. Esse
tipo de prática pouco contribui para a formação de leitores críticos e fluentes, pois o ato de ler
é aí reduzido à compreensão da superfície textual e o próprio texto é concebido como pretexto
para atingir outros objetivos, expor e/ou apresentar outros conteúdos, sem que o próprio texto
seja uma fonte de informação complexa, valiosa e problematizadora. Haja vista os casos de
itens em provas, que usam textos motivadores para compor a avaliação, mas dispensáveis
para a resolução da questão, ou seja, são meros pretextos para o conteúdo. Na contramão desse
processo, algumas possibilidades de tratamento interdisciplinar da leitura são apresentadas
na figura a seguir.
Figura 6 - Possibilidades de tratamento interdisciplinar da leitura
Fonte: elaborado pelos autores.
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