Page 79 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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•   Partir dos conhecimentos e das habilidades prévias do estudante, de
                       modo a favorecer o processo de aprendizagem.
                    •   Organizar a ambiência de sala de aula possibilitando a exploração e
                       assegurando a integridade física do estudante.

                    •   Atribuir significado aos significantes por meio da articulação do co-
                       nhecimento com as vias sensoriais de que o estudante com DV dispõe.
                    •   Respeitar o tempo e o ritmo de aprendizagem do estudante, de realiza-
                       ção das atividades propostas e de exploração do “fenômeno” apresenta-
                       do, por meio das vias sensoriais de que dispõe.
                    •   Desenvolver ações coletivas pautadas pela solidariedade e pelo espírito
                       de ajuda mútua, para que o estudante com DV possa sentir-se capaz,
                       seguro, útil e acolhido pelo grupo.

                    Especificações mais detalhadas são mencionadas a seguir para orientação do
                    trabalho docente na sala de aula inclusiva, segundo aspectos particulares da
                    perda visual.
                    12.1.1.1  O estudante cego
                    O estudante cego faz uso ativo e intenso dos outros sentidos, que se tornam
                    mais aguçados, devido ao uso. Não se trata de um fenômeno extraordinário
                    ou mítico, como o cinema às vezes representa, todavia os sentidos rema-
                    nescentes funcionam de modo complementar no conjunto das funções
                    perceptivas (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007). O professor pode valer-se de
                    estratégias não visuais para situá-lo e ensiná-lo. Cada estudante cego viven-
                    cia experiências de modo próprio e utiliza processos singulares para codifi-
                    car informações que constituem as imagens mentais, na impossibilidade de
                    formar imagens visuais. Para as autoras citadas, as habilidades de apreensão
                    das informações ampliam-se mediante o pluralismo e a diversificação das
                    experiências vivenciadas e o uso de materiais de boa qualidade para o en-
                    sino. As seguintes recomendações são feitas ao professor por Sá, Campos e
                    Silva (2007), a serem observadas em sala de aula.
                    •   Adaptar as atividades visuais com antecedência, para que o estudante
                       as realize junto com a turma.
                    •   Descrever oralmente cenas e imagens para o estudante compreender o
                       cenário ou o ambiente do que está ocorrendo ou sendo exibido (filmes,
                       vídeos, documentários, excursões e exposições).




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