Page 78 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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à comunicação e à informação — entre outros — por parte do estudante,
          destacando-se o papel das mediações sociais para estimulá-lo à participação
          e favorecer o aprendizado. O estudante precisa, portanto, de condições
          favoráveis para explorar e ampliar seu referencial perceptivo.

          É importante que a comunidade escolar saiba que os estudantes com defici-
          ência visual se assemelham aos demais colegas nos aspectos biológicos e psi-
          cológicos, conquanto suas diferenças e singularidades sensoriais precisem
          ser reconhecidas e levadas em consideração. Seu potencial de aprendizagem
          e desenvolvimento é igual, muitas vezes prejudicado por barreiras ambien-
          tais (DOMINGUES, 2010).
          12.1.1  Categorização da deficiência visual e gestão do
          currículo na classe inclusiva
          A acuidade visual serve de instrumento classificatório para pessoas cegas ou
          com baixa visão, podendo-se considerar duas categorias: cegueira e baixa
          visão. Em ambos os casos, limitam-se a percepção do ambiente, as expe-
          riências e o acesso às informações, bem como os deslocamentos do estu-
          dante nos espaços escolares e no meio circundante. Isso se explica porque
          todo processo educacional baseia-se em informações compartilhadas com o
          meio, sendo importante o uso das vias sensoriais para construção de saberes
          e adequações à vida cotidiana.
          Estudantes cegos ou com baixa visão apresentam limitações que podem ser
          superadas por meio de processos educacionais que consideram as possibili-
          dades de construção do conhecimento, pois a cegueira em si não incapacita
          o educando. Ele deve ter acompanhamento e orientações de profissionais
          que dispõem não só de recursos técnicos, mas principalmente de funda-
          mentação teórica que subsidie a práxis educacional.

          É seguramente importante que sejam conhecidos os processos de constru-
          ção de conhecimento em condições não visuais e superados os obstáculos à
          aprendizagem, à participação e ao desenvolvimento do estudante. Algumas
          possibilidades para o estudante com DV, independentemente do nível de
          perda visual, ocorrem da atenção por parte da comunidade escolar e das
          providências enumeradas abaixo.
          •   Identificar a melhor forma como o estudante percebe, explora o meio
              e se comunica. A partir de então, elaborar ações estratégicas que propi-
              ciem a organização do saber mediante os sentidos de que dispõe.





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