Page 106 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
P. 106

Gil e Barbato (2015b) orientam para a necessidade de observar o estudante
          com PC no que diz respeito aos seus modos de locomoção, comunicação,
          manipulação de objetos e à sua postura, de modo a apoiá-lo, adaptando
          atividades e materiais pedagógicos e de acessibilidade, promovendo sua in-
          tegração e participação social. Para isso, o planejamento é essencial. As au-
          toras atentam, ainda, para a priorização das potencialidades do estudante,
          ou seja, valorização das habilidades mentais frente às habilidades motoras,
          dos conteúdos mais do que das formas de expressão, uso de equipamentos
          que compensem as atividades motoras etc. Dificuldades perceptivas viso-
          motoras podem ser superadas com uso de folhas quadriculadas. O compor-
          tamento não verbal pode valer-se de sorriso, gestualidade, direcionamento
          do olhar e outros que propiciam alternativas de comunicação e interação
          social. Abrem espaço para a motivação, o interesse e a participação do estu-
          dante no ambiente, além de atuarem no desenvolvimento da linguagem e
          do pensamento.
          As alterações na comunicação e linguagem manifestam-se na emissão vocal,
          com dificuldades na fonação, articulação e prosódia, além da emissão de
          gestos e escrita manual, com apresentação diferenciada, de moderada a
          mais grave. O impacto se faz sentir nas atividades escolares e nas relações
          sociais. Muitas vezes, a comunicação é inteligível, mas pode ser apoiada por
          meios alternativos (gestos e outras possibilidades de expressão). A mediação
          é importante para promover e estimular o estabelecimento de relações entre
          pares e com os demais membros da comunidade escolar. Os estudantes com
          PC necessitam utilizar tecnologias assistivas, dentre as quais se destacam os
          meios suplementares e alternativos de comunicação.
          12.4.2  Gestão do currículo na classe inclusiva
          Já foi afirmado anteriormente que a expressão da deficiência física decorre
          do tipo de lesão ou alteração da função motora. Em alguns casos, apenas
          adequações que visem à acessibilidade física, ao conforto postural e aos cui-
          dados pessoais são suficientes para a educação exitosa dos estudantes com
          deficiência física. Outras situações, a exemplo da paralisia cerebral, exigem
          estratégias para favorecer os processos de ensino e aprendizagem, bem como
          a inclusão e a participação dos estudantes no ambiente escolar em articula-
          ção com a família. A seguir, algumas orientações são indicadas.
          A maior parte dos estudantes com deficiência física dispensa adequação
          curricular de grande porte, requerendo apenas flexibilidade e habilidade
          docente para sua aprendizagem, tendo em vista que suas dificuldades po-



          106  Diretrizes Curriculares Maristas
   101   102   103   104   105   106   107   108   109   110   111