Page 105 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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cérebro em período de desenvolvimento”. A lesão geradora pode ser pré-na-
tal, perinatal ou pós-natal. As limitações ou os impedimentos motores são
os mais visíveis no estudante, destacando-se os problemas de marcha e/ou a
funcionalidade no uso dos braços e das mãos.
A PC está distinguida como uma seção entre as deficiências físicas devido
às suas especificidades, aquisição precoce no processo de desenvolvimento
e complexidade na funcionalidade do estudante. Essa precocidade interfere
no processo de maturação do Sistema Nervoso Central – SNC, compro-
metendo o processamento de informações. Como ocorre a partir de lesão
no encéfalo imaturo, manifesta diferentes graus de comprometimento que
podem estar associados a prejuízos na linguagem, percepção visual e audi-
tiva, memória e não automatização de recursos neurológicos envolvidos no
processo de aprendizagem, ocasionando a necessidade de maior tempo para
o entendimento e armazenamento de novas informações.
É possível a ocorrência de dificuldades de aprendizagem. Quando existem,
não decorrem necessariamente de deficiência intelectual, embora às vezes
surja essa suspeita. Esse estudante pode ter altas habilidades/superdotação,
o que requer da escola avaliações constantes sobre suas necessidades educa-
cionais específicas. Muitas vezes, o responsável por deficits cognitivos que
possam manifestar-se não é a lesão, e sim a falta de experiências e de acesso
ao desenvolvimento cultural. Os tipos mais comuns de PC são:
• espástico: caracteriza-se por paralisia e aumento de tonicidade dos
músculos. A pessoa pode apresentar hemiparesia (um lado do corpo
afetado), tetraparesia (os quatro membros afetados) ou diplegia (os
membros inferiores afetados).
• atetose (coreoatetose ou distonia): caracteriza-se por movimentos in-
voluntários e variações na tonicidade muscular.
• ataxia: caracteriza-se pela diminuição da tonicidade muscular, incoor-
denação dos movimentos e pelo equilíbrio deficiente.
Relvas (2010, p. 94) afirma que “a criança com PC depende de exposi-
ção contínua à aprendizagem. Para que a linguagem ocorra, alguns fatores
são importantes, tais como: a integridade dos sistemas nervoso, central e
sensorial, dos processos perceptuais, fatores motivacionais e a estimulação
ambiental”. Portanto, uma intervenção eficaz por meio de práticas pedagó-
gicas associadas aos demais tratamentos médicos podem contribuir consi-
deravelmente para a melhora na capacidade funcional do indivíduo.
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