Page 104 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, parapare-
sia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, tri-
paresia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência
de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho de funções.
Essa definição demonstra que a deficiência física se apresenta com diferen-
tes níveis de gravidade e afeta de maneira diferenciada o desenvolvimento
e a funcionalidade da população específica a que se refere. Gil e Barbato
(2015b) especificam lesões ou enfermidades que afetam o movimento e
caracterizam-se como deficiência física: lesões nervosa periférica, medular
e cerebral; miopatias (distrofias musculares); patologias degenerativas do
sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose lateral aminotrófica,
Mal de Parkinson); amputações; politraumatismos; malformações congê-
nitas; sequelas de queimadura; distúrbios dolorosos, posturais ou sequelas
de patologias da coluna ou articulações dos membros (cifoses, hérnias de
disco, artropatias, reumatismos etc.).
O impacto da deficiência física é experimentado diferentemente na mobi-
lidade, comunicação, alimentação e motricidade, além dos aspectos psi-
cológicos que dizem respeito aos processos cognitivos, simbólicos e afeti-
vo-emocionais. Podem modificar-se ao longo do desenvolvimento, com
reflexos na qualidade de vida.
Em relação à vida escolar, os estudos defectológicos de Vigotski (1995)
enfatizam as consequências sociais provocadas pelos problemas físicos, lem-
brando que as limitações podem ser socialmente compensadas e que o mes-
mo enfoque educativo deve aplicar-se a todos os estudantes, valorizando os
educandos, suas potencialidades, habilidades e seus modos diferenciados de
fazer. Nas perspectivas atuais, pode-se considerar a aplicação do currículo
comum a todos os estudantes, com os apoios e ajustes necessários, para que
tenham acesso à aprendizagem — inclusive com uso de outras vias — e à
promoção do desenvolvimento. Um exemplo significativo é a possibilidade
de comunicação por metodologias alternativas e ampliadas.
12.4.1 Paralisia cerebral (PC)
Define-se paralisia cerebral, de acordo com as Associações Portuguesas de
Paralisia Cerebral (2017), como “uma perturbação do controle da postura
e movimento que resulta de uma lesão ou anomalia cerebral que atinge o
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