Page 64 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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pela linguagem. De acordo com a Associação Mundial de Afasia, cerca de
5 milhões de pessoas sofrem do distúrbio mundialmente. Por muitos
anos as afasias foram subdivididas e agrupadas de acordo com suas carac-
terísticas clínicas.
Na Afasia de expressão (motora ou de broca), a capacidade de compreensão
da linguagem falada, escrita e gestual permanece intacta, porém com
alterações nos mecanismos de expressão. O afásico de Broca apresenta
dificuldade em escolher e articular respostas, sua fala é laboriosa e marcada
por parafasias e disfluências, com várias hesitações e repetições ao longo
do discurso formando jargões.
A ineficiência da oralidade reside na falta de controle motor responsável
pelo funcionamento dos músculos envolvidos na linguagem oral. Vale
ressaltar que apesar da capacidade de expressão encontrar-se limitada, o
indivíduo preserva suas faculdades intelectuais intactas, que podem ser
desenvolvidas e potencializadas com o devido acompanhamento.
A área cerebral denominada de área de Wernicke corresponde a um centro
de neurônios próximos a zona auditiva, responsável pelo armazenamento
da imagem sonora das palavras. A lesão ocorrida nesta zona cerebral
compromete a percepção, recepção e compreensão da linguagem falada.
Em geral o afásico de Wernicke tem a integridade da expressão verbal
preservada, entretanto a percepção e pronúncia são inadequadas
(devido a alterações sensoriais). O discurso é marcado por parafasias,
o que torna a fala ininteligível.
Existem casos em que indivíduos apresentam dificuldades tanto na
percepção quanto na expressão da linguagem oral, estes sofrem de
afasia mista. Há casos em que apresenta-se fluidez da fala, fácil
compreensão do que se lê, ouve e escreve, porém há inabilidade em repetir
palavras e frases e nomear objetos, estes são diagnosticados com afásicos de
condução. Há aqueles que apresentam todas as dificuldades supracitadas,
estes sofrem de afasia global do desenvolvimento linguístico.
A necessidade clínica de agrupar e nomear as afasias volta o olhar mais à
patologia do que ao indivíduo. Com a reorganização dessas classificações,
os olhares são voltados aos sujeitos, e cria-se a possibilidade de estabelecer
estratégias para que os afásicos possam transpor tais dificuldades.
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