Page 59 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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Como é uma dificuldade na emissão da fala a dislalia foi renomeada como
          desvio fonológico, caracterizado pela distorção de fonemas e/ou omissões
          de letras (omar/tomar) substituição de letras (telida/querida) e acréscimo
          de fonológico (cavalu/cavalo).
          Esses desvios podem ser originados pela inabilidade de controle muscular
          responsável pela fonação. Outras possíveis causas podem ter origem
          orgânica, como lesão no encéfalo, formato da arcária dentária, lábio
          leporino, tamanho da língua em relação a cavidade oral e tamanho do
          freio da língua. Como acontece no período de aquisição da habilidade de
          comunicação oral, o comportamento dos adultos implica na progressão
          ou regressão do quadro.
          Até os quatro anos de idade é normal que a criança apresente erros de
          pronúncia, visto que faz parte do processo de desenvolvimento da linguagem
          infantil, porém, após essa idade é necessário acompanhar a frequência dos
          erros e em casos em que os equívocos de linguagem são constantes, é
          preciso procurar acompanhamento de um especialista em audição e linguagem,
          como um fonoaudiólogo, por exemplo.
          A dislalia pode ser subdividida em quatro tipos, sendo estes:
          •  Dislalia evolutiva: considerada normal em crianças na fase pré-escolar,
             sendo corrigida gradativamente durante o seu desenvolvimento.
          •  Dislalia funcional: ocorre substituição de letras durante a fala, não
             pronuncia ou distorce o som e acrescenta letras na palavra. Neste caso,
             não se encontra nenhuma alteração física que possa ser atribuída à Dislalia.

          •  Dislalia audiógena: ocorre em indivíduos que são deficientes auditivos
             e que não conseguem imitar os sons.
          •  Dislalia orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, impossibilitan-
             do à correta pronúncia correta, ou quando há alguma alteração na boca.
          No caso de dislalia severa a fala da criança pode ser relativamente ininte-
          ligível, até mesmo para pessoas mais próximas do convívio da criança,
          como os pais. Em casos menos graves, o distúrbio pode não ser percebido
          pelos familiares até que a criança ingresse nos primeiros anos escolares
          momento em que terá maior dificuldade de ser entendida. As dificuldades
          encontradas quanto à produção da fala e de sons interferem no desempenho
          escolar e na comunicação social da criança.




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