Page 132 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
P. 132
Todo processo educacional parte de estímulos advindos do meio, a partir
das vias sensoriais, sendo esse sentido primordial para construção de saberes
e adaptações a vida cotidiana. A ausência da visão constitui na perda da
percepção mais imediata e globalizante, em consequência da ausência e/
ou ineficiência sensorial, outros sentidos são apurados, atendendo ao
caráter compensatório do corpo humano.
Estudantes cegos ou com visão subnormal apresentam limitações
que podem ser transpostas a partir de processos educacionais que con-
sideram as possibilidades de construção do conhecimento, pois a ce-
gueira em si não incapacita o educando, ele deve ter acompanhamento
e orientações de profissionais que dispõem não só de recursos técnicos,
mas principalmente de fundamentação teórica que subsidie a práxis
educacional.
Além da turma regular de ensino, deverá fazer uso de salas de recursos
multifuncionais (preferencialmente ofertada pela comunidade escolar). O
atendimento nesse ambiente deve complementar e subsidiar o trabalho já
realizado na sala comum, os profissionais que ofertam esse atendimento
deverão assessorar os docentes da turma regular, além de contribuir na
construção de habilidades e competências para desenvolvimento pleno do
estudante portador de deficiência visual.
Possibilidades:
• Identifique a melhor forma que a criança percebe, explora o meio e se
comunica. A partir de então elabore ações estratégicas que propiciem a
organização do saber através dos sentidos de que dispõe;
• Partir do conhecimento e habilidades prévias do estudante é fundamental
no processo de aprendizagem;
• Organize a ambiência de sala de aula de modo que possibilite a exploração,
assegurando sua integridade física;
• Atribua significado aos significantes por meio da articulação do conhe-
cimento com as vias sensoriais que o DV dispõe;
• Tenha paciência e respeite o tempo que esse estudante necessita para
explorar o “fenômeno” apresentado através das vias sensoriais que dispõe;
• Desenvolva ações coletivas, pautadas na solidariedade, no espirito
de ajuda mutua, para que o DV se sinta seguro, capaz, útil e acolhido
pelo grupo.
Volume1 131