Page 134 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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É fundamental que os estudantes com deficiência auditiva sejam estimu-
                    lados adequadamente, valorizando seu potencial cognitivo, sócio afetivo,
                    linguístico e político-cultural de modo que não venha a ter consideráveis
                    perdas no desenvolvimento da aprendizagem.
                    Existem três vertentes educacionais para surdos: o oralismo, a comunicação
                    total e o bilinguismo. Sendo o bilinguismo a vertente que se apresenta
                    como mais adequada na promoção e inclusão desse estudante no contexto
                    social, visando à capacitação do surdo em utilizar a Língua Brasileira de
                    Sinais (primeira língua) e a Língua Portuguesa (segunda língua na
                    modalidade escrita), de modo que desfrutem efetivamente de seus direitos
                    e tenham suas habilidades e competências desenvolvidas.
                    No Brasil a Língua Brasileira de Sinais é componente curricular obriga-
                    tório nos cursos de formação docente através da Lei n.º 10.436, de 24 de
                    abril de 2002, atribuindo significado e dignidade aos surdos. Porém, o
                    conhecimento raso advindo dos cursos não dá formação e subsídios sufi-
                    cientes para o trabalho com estudantes surdos em salas de ensino regular,
                    faz-se necessário nesse modelo que o estudante tenha outros suportes que
                    favoreçam o processo de aquisição do conhecimento. Para inclui-los os
                    professores deverão programar ações que tenham sentido para os estudan-
                    tes tanto ouvintes quanto surdos:
                                          A inclusão do aluno com surdez deve acontecer
                                          desde a educação infantil até a educação superior,
                                          utilizar os recursos de que necessita para superar
                                          as barreiras no processo educacional e usufruir
                                          seus direitos escolares, exercendo sua cidadania,
                                          de acordo com os princípios constitucionais do
                                          nosso país. (DAMÁZIO, 2007, p. 62).
                    Acrescenta-se que estes estudantes carecem de estímulos para desenvolver
                    todo seu potencial acadêmico, social, cultural e afetivo. Para isso a comu-
                    nidade educacional deverá repensar a práxis pedagógica e romper com o
                    paradigma da educação tradicionalista, (re)pensando as práticas a partir
                    das diversidades linguísticas.
                    Possibilidades:
                    •  Utilize recursos que o educando possa dispor para construção de conhe-
                      cimento, tais como um tradutor em libras;
                    •  Posicione o estudante nas primeiras cadeiras;
                    •  Não fale de costas, atrás ou ao lado do estudante com deficiência audi-
                      tiva leve/moderado, posicione-se sempre a sua frente durante a fala;




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