Page 129 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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critérios para o diagnóstico da deficiência intelectual, baseando-se em um
modelo funcional e multidimensional de funcionamento humano, como
se verifica na Fig. 1.
Fig. 1. Modelo conceitual de funcionamento humano.
Fonte: AADID (2010, p. 14).
Observa-se na Fig.1 as cinco dimensões envolvidas no funcionamento
da pessoa e que estão implicadas no conceito de deficiência intelectual:
habilidades intelectuais, comportamento adaptativo, saúde, participação
e contexto, sendo essas dimensões significativamente influenciadas pelos
sistemas de apoio. O que ocorre é que as duas primeiras dimensões são
básicas para a determinação do diagnóstico, uma vez que tanto a avaliação
das habilidades intelectuais e do comportamento adaptativo demonstram
limitações significativas nessas áreas do desenvolvimento pessoal. A limi-
tação significativa no funcionamento pode representar desvantagens para
a pessoa em situação de deficiência na sociedade. Demonstra que a inteli-
gência continua sendo um elemento relevante para o diagnóstico, apesar
de não ser o único critério a defini-lo. Nesse sentido, a Deficiência Inte-
lectual (DI) por um longo período foi definida a partir exclusivamente de
testes quantitativos da inteligência.
Estudantes com DI apresentam prejuízos na estruturação e construção
do conhecimento, lidam de forma peculiar com os saberes, além de não
demonstrarem capacidade cognitiva. Sob a luz da educação inclusiva,
entende-se que práticas paliativas de elaboração diferenciada de ins-
trumentos avaliativos e atividades no cotidiano de sala perdem sentido
quando entendemos o ato de ensinar como coletivo e político, em que
o estudante deve ser o protagonista, emancipador e autônomo de sua
aprendizagem, tirando do professor a possibilidade de interferência para
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