Page 9 - Guia de práticas em Ciências da Natueza para os Anos Iniciais
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1.1 A Pedagogia marista para uma aprendizagem significativa
          Na perspectiva da formação integral do sujeito, aprender vai muito além da
          simples repetição e memorização de conceitos ou da realização de exercícios
          repetitivos e sem contextualização durante os momentos de aula. Assim sendo,
          é imprescindível que o professor compreenda o seu papel de mediador do conhe-
          cimento e colabore de maneira ativa para que a prática docente seja condizente
          com a premissa de protagonismo dos estudantes. A Matriz Curricular de Educação
          Básica do Brasil Marista aponta que:
                      O ato de aprender se configura num processo de construção
                      contínua de conhecimentos, considerando o processo no qual
                      são evocados, aplicados, mobilizados, transferidos elementos
                      de aprendizagens anteriores ao mesmo tempo que são acessados
                      e processados novos elementos para a constituição da nova
                      aprendizagem.
                                                  (UMBRASIL, 2019, p.18)
          O ensino de ciências nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental deve refletir as
          mudanças profundas da contemporaneidade e rediscutir premissas existentes
          no tempo histórico de formação da humanidade. Ao desenhar historicamente a
          importância do ensino de ciências no Brasil, Nascimento et. al. (2021) abordam
          as mudanças ocorridas desde a década de 60, quando a atividade científica
          focalizava essencialmente uma visão neutra e objetiva da ciência, perpassando a
          década de 70, que possibilitou o ingresso no mundo do trabalho, com foco
          profissionalizante desde a educação básica, o que ocasionou um engessamento das
          atividades didáticas que demarcavam etapas pré-estabelecidas. A partir dos anos
          80, a proposta educacional possibilitou mudanças curriculares para a construção
          e uma sociedade cientificamente alfabetizada com foco em problematizações.
          Nos anos 90, a entrada de metodologias ativas de aprendizagem a partir das ideias
          de Vygotsky incorporaram contextos sociais e valorização do trabalho coletivo.
          Nos anos 2000, as discussões sobre o ensino de ciências passaram a considerar
          a responsabilidade social e ambiental, contribuindo para um olhar no âmbito da
          coletividade. Atualmente os teóricos defendem a alfabetização científica para
          todos e a ampla relação entre ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente.
          Nesse sentido, a contextualização torna-se elemento primordial para aprofun-
          damento de saberes a partir das intencionalidades pedagógicas estabelecidas em
          documentos oficiais para o ensino de Ciências da Natureza. Faz-se necessário
          compreender que nossos estudantes são protagonistas em sua realidade e que a
          sua atuação cidadã deve ser incentivada, respeitada e aprimorada ao longo da sua
          evolução cognitiva. Nossos estudantes estão inseridos em um contexto tecnoló-
          gico e de avanço científico constante e necessitam desenvolver um olhar crítico,
          ético, solidário e baseado em vivências práticas.




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