Page 37 - Guia de práticas em Ciências da Natueza para os Anos Iniciais
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Capítulo 4



          Metodologias e possibilidades para os Anos Iniciais
          As metodologias ativas despontam na atualidade como possibilidade para o
          modelo de ensino híbrido que se desdobra a partir de 2020, quando as escolas
          fecharam devido à pandemia do novo corona vírus. As discussões sobre a impor-
          tância de novos olhares para promoção e construção de saberes a partir de meto-
          dologias ativas não é algo novo na literatura da área de Ciências da Natureza, mas
          é perceptível um maior foco nessa proposta nos últimos dois anos.
          Para Morán (2015), metodologias ativas são aquelas capazes de combinar
          equilibradamente atividades, desafios e informação contextualizada, de forma a
          alcançar os objetivos pretendidos e, ao mesmo tempo, envolver os estudantes de
          forma relevante e cada vez mais complexa para que esses possam experimentar
          inúmeras novas possibilidades. Ainda segundo o autor, “as metodologias ativas
          são pontos de partida para avançar para processos mais avançados de reflexão, de
          integração cognitiva, de generalização, de reelaboração de novas práticas.”
          São muitos os modelos possíveis para desenvolver competências e habilidades
          essenciais quando falamos em metodologias ativas. Com o intuito de contribuir
          com possibilidades coerentes com as práticas e premissas da educação marista,
          apresentamos a seguir algumas delas.
          4.1 Educação maker
          A educação maker preconiza a aplicação de tecnologias e ferramentas educa-
          cionais pautadas nos valores éticos da sociedade da cultura digital nas escolas a
          partir de uma integração com as aulas, conteúdos e intencionalidade pedagógica.
          Nossos estudantes, enquanto nativos digitais, apresentam particularidades que
          contemplam a inovação, a rapidez de transmissão de informações e as práticas
          modelo “faça você mesmo”.
          Assim, a educação maker deve estar integrada às concepções do currículo e
          oferecer encantamento, possibilidades e atividades com objetivos pedagógicos
          bem delimitados. Estudos de Blikstein, et. al.(2020) apontam que:
                      Para que a educação maker possa dar suporte aos atos de currí-
                      culo e à interdisciplinaridade, é importante que a integração das
                      atividades maker ao currículo das disciplinas seja realizada de
                      forma fundamentada e não como modismo. Primeiro, a tecnologia
                      deve ter uma função de auxiliar a realização de algo que não pode
                      ser feito adotando métodos convencionais. Segundo, é neces-
                      sário nivelar a tecnologia à proposta educativa, ou seja, não é
                      sensato utilizar vários equipamentos tecnológicos para abordar
                      um conteúdo que não os demanda.




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