Page 82 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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Visto as características peculiares da Síndrome de Tourette é necessário
                    compreender  que  os sintomas corporais e  verbais  (tiques)  fogem do
                    controle da criança, não podendo ser entendidos como comportamentos
                    propositais.
                    Alguns tratamentos como a terapia comportamental para tranquilizar o
                    estudante pode auxiliar em casos leves, porém, em casos mais graves, são
                    utilizados fármacos que atenuem os sintomas, entretanto, estes podem
                    ocasionar efeitos indesejáveis, tais como sonolência e menor aptidão para
                    concentração e aprendizado, visto que os medicamentos podem causar
                    lentidão no raciocínio. O acompanhamento do dia a dia do estudante na
                    sala de aula é fundamental para verificar a necessidade de continuidade ou
                    não da medicação, em função dos possíveis efeitos colaterais.
                    Dessa forma, o conhecimento da síndrome, por parte do professor, se faz
                    fundamental, visto que os tiques podem afetar a adaptação da criança na
                    sala de aula. É preciso ter um olhar sobre o educando além do sintoma,
                    para que este consiga desenvolver uma auto-imagem positiva e equilibrada.
                    Entendendo que os tiques podem atrapalhar a aula e ainda que a Síndrome,
                    em alguns casos, pode acarretar em problemas de atenção, escrita e
                    linguagem, é preciso que o professor tenha algumas estratégias para
                    desenvolver sua prática com mais tranquilidade e eficácia.

                    Possibilidades:
                    •  Seja paciente! Os tiques são involuntários, repreender continuamente
                      perante os colegas pode acarretar em um comportamento hostil e em
                      uma rejeição quanto à escola;
                    •  Crie oportunidades para que o educando tenha pequenos intervalos
                      fora da sala de aula em algum lugar reservado, principalmente, quando
                      os tiques se apresentarem de forma mais recorrente. A pausa pode auxi-
                      liar na tranquilização e redução dos sintomas em sala;
                    •  Se necessário, proporcione que realize a prova em lugar reservado de
                      modo que se minimize o desgaste de energia emocional para contenção
                      de tiques perante os colegas;
                    •  Trabalhe com os demais alunos temas que estimulem a tolerância sobre
                      a diversidade, no intuito de reduzir ridicularizações ou implicâncias;
                    •  Quando necessário, permita que o educando faça gravações dos exer-
                      cícios orais evitando que este se apresente em voz alta diante da turma.
                      Lembre-se que essa estratégia é apenas para casos em que os sintomas se
                      mostrarem muito incômodos para o estudante;




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