Page 41 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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É preciso também que o estudante e a família estejam envolvidos nesse
processo, no sentido de autoavaliação. Faz-se necessário que o educando
que apresente alguma necessidade educacional especial também conheça
suas dificuldades, não as utilizando como um artifício facilitador, mas
reconhecendo sua forma de assimilação do conhecimento para que consiga,
junto com os profissionais envolvidos no seu acompanhamento, criar
estratégias para superá-las.
Cabe mencionar que não se descarta, nesse contexto, a questão da apren-
dizagem do conteúdo, é fundamental a aprendizagem do conteúdo
curricular ministrado, respeitando a limitação de todos os educandos.
O que se estabelece é que os conteúdos e a avaliação sejam planejados
dentro do contexto da pluralidade, de forma que o estímulo seja contínuo,
valorizando as potencialidades de cada educando.
Segundo Hoffman, “valorizar as diferenças exige, ao mesmo tempo,
alteridade, ou seja, mudar, transformar, criar, construir novos jeitos de
ensinar e de aprender nas escolas. E o melhor caminho para isso é começar
a pensar diferente sobre a questão da justiça em avaliação.” (2005, p. 45).
Para que esta proposta seja viável, ressalta-se a importância do conhe-
cimento sobre alguns conceitos. Moojen (1999) destaca que os termos
dificuldade, distúrbio ou transtorno são muitas vezes utilizados como
se tivessem o mesmo significado, o que é um equívoco, pois se tratam
de quadros diagnósticos diferenciados. Desse modo, compreende-se que
estes devem ser percebidos de acordo com suas particularidades, assim
como, o processo da avaliação deve ser pensado de modo diferenciado
para casos de necessidade educacional especial. Com isso, não se quer
direcionar a uma avaliação especial ou diferenciada para todos os casos,
mas se quer destacar que a equipe pedagógica da escola deve analisar cada
caso para verificar a necessidade de propor alguma intervenção específica,
seja no modo de aplicação da prova ou mesmo em criar critérios diferenciados
de correção, em casos mais severos. Lembrando apenas que o foco
principal da avaliação deve estar direcionado aos objetivos propostos para
o educando.
Um fator relevante é a necessidade de se desmistificar o fato de que diante
da presença de laudo, a criança ou o adolescente está apto à aprovação.
É imprescindível lembrar que o fazer da sala de aula é pedagógico e não
clínico. Somente o professor, em articulação com os demais profissionais,
por meio da avaliação contínua e pelas observações realizadas em sala,
poderá avaliar se o estudante está apto ou não a aprovação, bem como, se
este cumpriu os objetivos pré-definidos para cada etapa.
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