Page 37 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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A avaliação inclusiva deve considerar o processo de aprendizagem como
          um todo, de forma contínua, tendo como objetivo atender a subjetividade
          do educando e criando subsídios para intervenções na aprendizagem e
          na prática do educador. Desse modo, cumpre-se nossa Missão Educativa
          Marista (2000), com estilo Marista próprio de educar, que “exige que
          sejamos prospectivos e decididos a desenvolver respostas criativas às
          necessidades das crianças e dos jovens”. (p. 52)

          Para Ramos (2010) uma avaliação inclusiva deve valer-se de critérios
          múltiplos, bem como, considerar a subjetividade. Assim, entende-se que
          avaliação deve contribuir para que o professor possa avaliar seu trabalho
          e realizar, ao longo do processo de ensino, intervenções que contribuam
          para aquisição do conhecimento e efetiva aprendizagem dos estudantes.
          Uma criança que não escreve pode conseguir expressar-se bem utilizando
          outras linguagens e formas de comunicação, como por desenhos, pelas
          habilidades adquiridas em seu cotidiano ou mesmo pela fala. Na perspectiva
          da flexibilização curricular, pode-se considerar essas formas de comuni-
          cação como medida avaliativa, capaz de analisar o desenvolvimento e a
          aprendizagem do estudante. É fundamental que se compreenda como a
          “aprendizagem é algo individual que ocorre em ambiente coletivo, isto é,
          as representações do objeto só se tornam as mesmas quando esse objeto é
          partilhado por um grupo”. (RAMOS, 2010. p. 69)
          Nesse entendimento, Macedo (2005) orienta que o educador elabore
          critérios de avaliação além da nota. O que se propõe é a flexibilidade
          quanto às práticas educativas, no sentido de compreender a evolução do
          estudante como um todo, adequando-se o currículo às suas possibilidades.
          Segundo Guijarro (1992) e Manjón, Gil e Garrido (1995) adequações
          não-significativas (ou de pequeno porte) do currículo não implicam a
          necessidade de excluir conteúdos curriculares ou mesmo reduzi-los. Dizem
          respeito a medidas adaptativas que se aproximam do nível da turma. A
          proposta é que o professor atue com estratégias de ensino diferenciadas e
          instrumentos avaliativos diversificados, aproximadas ao máximo da turma
          como um todo, sem ignorar as necessidades especiais dos alunos da sala.
          Um currículo flexível mantém os mesmos objetivos gerais do planejamento
          pedagógico. No entanto, abre espaço para diferentes oportunidades de
          acesso à aprendizagem dos estudantes. Permite organizar o ensino
          considerando a diversidade social, cultural e de estilo de aprendizagem
          promovendo a igualdade de oportunidade para toda a turma. As adequações
          de pequeno porte podem ser caracterizadas, segundo Guijarro (1992),
          Manjón, Gil e Garrido (1995) e Brasil (2003), como:




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