Page 39 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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- Trata-se de um processo rigoroso, controlado e participativo,
devendo aplicar-se apenas em situações rigorosamente neces-
sárias, devido a seu alto grau de individualização.
- Com frequência requer serviços especializados.
No que tange aos processos avaliativos, a adequação de grande porte
implica o uso diferenciado de critérios, podendo adotar critérios diferenciados
de promoção escolar, uma vez que admite a eliminação de objetivos e
conteúdos básicos do currículo, quando esses não são acessíveis à aprendizagem
pelo aluno. No entanto, o alto nível de individualização e de alteração
curricular faz com que a adequação de grande porte só seja indicada em
situação de excepcionalidade e após rigoroso e sistemático processo
avaliativo. O que se pretende é que não haja uma individualização de ensino
desnecessária ou mesmo da avaliação. O objetivo é que as práticas adotadas
nas escolas sejam compatíveis com a proposta educativa Marista que já
pressupõe o protagonismo e a pluralidade do ato de educar, prevendo
a educação em espaços e tempos que atendam às especificidades dos
educandos e valorize a aprendizagem dentro do contexto da diversidade.
Esse tipo de adequação requer uma tomada de decisão grupal, não ficando
a cargo exclusivamente do professor regente da turma. Lembramos que a
análise do grupo multidisciplinar, para definir quais as melhores estraté-
gias, critérios e adaptações curriculares, é fundamental para que possamos
garantir a aprendizagem dos educandos com necessidades educacionais
especiais. Recomenda-se, portanto, que o processo de adequação curri-
cular envolva outros professores do estudante, como também a equipe de
educadores da escola, como orientador(a) educacional, coordenador(a)
pedagógico, psicólogo(a) escolar, professor(a) especializado(a) que atue no
local ou externo à escola, mas que atenda ao estudante. Precisa, ainda,
contar com a participação da família. Quando possível, o estudante tam-
bém poderá contribuir para a definição de sua adequação curricular.
Quanto ao registro, faz-se necessário um relato sistemático e contínuo,
que deve acompanhar a transferência do estudante, seja esta uma transfe-
rência de turma, segmento ou escola. Nesse registro deverá conter infor-
mações sobre o planejamento e o conteúdo da adequação curricular indi-
cada, bem como os participantes da elaboração. Deve informar, também,
as medidas adaptativas adotadas, de forma clara e justificada, bem como
dos meios de acompanhamento e avaliação. O Apêndice A, apresentado
ao final do documento, contém um modelo de ficha recomendada para
uso nos Colégios Maristas.
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