Page 33 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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representação significativa. Surge, assim, a necessidade do educador rever
suas práticas e adotar estratégias que utilizem a motivação e a oportunidade
de adquirir outras formas de aprendizagem como parte de sua prática.
Ressalta-se a importância de observar que as dificuldades podem não estar
relacionadas apenas às questões de práticas pedagógicas. Quando o educador
avaliar que a problemática do estudante, apesar de nenhum diagnóstico
inicial, estiver além da ligação com a prática, é importante conversar com
os demais profissionais educacionais e com a família no sentido de instruí-las
sobre a necessidade de um trabalho específico, se for o caso.
Nota-se que o papel do educador na Educação Inclusiva é fundamental
para que todos os educandos consigam desenvolver suas potencialidades.
Conforme Marchesi (2004) aponta, a educação não pode ficar restrita aos
educandos com maiores problemas de aprendizagem, mas deve atender a
todos os estudantes da turma.
Nessa perspectiva, Marchesi (2004) menciona os aspectos mais relevantes
destacados em pesquisa realizada em 1993 e publicada por Hopkins e
Stern em 1996, que traz uma perspectiva importante a respeito das
características necessárias para um educador. Não apenas àquele atuante
no contexto da educação inclusiva, mas sim, ao educador que tem como
objetivo favorecer a aprendizagem para todos, tornando-os protagonistas
desse processo. De acordo com a pesquisa os aspectos são: Compromisso
– vontade de ajudar todos os alunos; o afeto – comunicação de entusiasmo
e carinho aos alunos; o conhecimento da didática da matéria ensinada –
facilidade para tornar simples a aprendizagem; o domínio de múltiplos
modelos de ensino – flexibilidade e a habilidade para resolver situações
imprevistas; a reflexão – capacidade de refletir sobre a prática e o trabalho
em equipe – intercâmbio de iniciativas entre colegas.
A busca por novas práticas e por um olhar além das diferenças intensifica
a importância do nosso jeito marista de educar que “pressupõe o exercício
do amor, da evangelização, da solidariedade e da constante busca por
práticas criativas e significativas que atendam às exigências formativas
do estudante, considerando sua realidade.” (PEM, 2010. p. 44). Desse
modo, o educador precisa estar preparado para atender a demanda de
educação inclusiva com um olhar no educando, além de suas necessidades
especiais, com o foco no sujeito, utilizando de recursos e estratégias que
favoreçam a aprendizagem para todos.
32 Diretrizes Curriculares Maristas