Page 31 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Volume I
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A expressão alunos ou crianças “excepcionais”, adotada historicamente
          por muitos anos, foi substituída por necessidades educacionais especiais e
          ratificada na Declaração de Salamanca de 1994 (BRASIL, 1994a).
          A expressão inicial, além de sua ambiguidade, foi substituída visando a
          atenuação dos efeitos negativos de seu significado no contexto educacional
          ao se referir a alunos com altas habilidades ou com deficiências.
          De acordo com González (2002), o termo necessidades educacionais
          especiais é uma expressão utilizada para
                                 [...] incluir não só os sujeitos que têm deficiências
                                 físicas, sensoriais ou psíquicas, como também
                                 os que apresentam dificuldades na aquisição de
                                 aprendizagens, devido a problemas de maturidade,
                                 a sua procedência de ambientes com privações
                                 socioculturais,  ou como consequência de
                                 intervenções  metodológicas inadequadas na
                                 própria escola. (p.113)

          O termo necessidades educacionais especiais pode ser utilizado para referir-se
          a educandos cujas necessidades procedem de elevada capacidade ou de
          dificuldades para aprender, não sendo, portanto, apenas vinculado às
          deficiências e sim, às necessidades de aprendizagem que requerem respostas
          educacionais específicas e adequadas.
          Com o conceito de necessidades educacionais especiais, a educação
          inclusiva toma uma proporção mais abrangente, que não está relacio-
          nada apenas ao atendimento de deficiências no ambiente escolar, mas a
          todos os estudantes que apresentem alguma necessidade específica para
          aquisição da aprendizagem, seja por fatores extrínsecos ou intrínsecos
          ao educando.
          De acordo com Macedo (2005), caberá à escola e aos educadores, agir no
          sentido de promover a inclusão e prevenir a exclusão, assim como realizar
          adequações curriculares no intuito de promover efetiva aprendizagem não
          só aos educandos com necessidades educacionais especiais, mas também
          aqueles que não apresentam uma necessidade específica, contudo,
          precisam de práticas diferenciadas para aperfeiçoar o processo aquisição
          do conhecimento.

          Cabe ressaltar que, enquanto Colégio Marista, não nos posicionaremos
          como uma escola de inclusão total que se configura “de forma mais radical,






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