Page 26 - Ciências da Natureza
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que as atividades práticas que relacionam fenômenos na área de Ciências da Na-
tureza não necessitam exclusivamente de equipamentos e espaços próprios, mas
antes da habilidade do docente para realizar práticas investigativas de qualidade.
É importante garantir que o laboratório cumpra quaisquer exigências nacionais,
regionais, estaduais, municipais ou locais regulamentadoras e cabe às unidades
do Marista Centro-Norte certificar-se de seguir as diretrizes e a padronização
específicas existentes em seu estado. Itens básicos que o laboratório de ensino de
ciências deve oferecer estão previstos em diferentes publicações (UnB, Brasília,
2007; CPS, São Paulo, 2010; SEED, Curitiba, 2013) e organizam o ambiente físico,
os equipamentos e itens de segurança obrigatórios desse espaço de aprendizagem.
No entanto, Berezuk & Inada (2010, p.211) apuram que:
Muitas vezes, o conhecimento sobre a estruturação de labora-
tórios de ciências é difícil de ser encontrado na literatura, pois,
durante a realização deste trabalho, não foram localizadas nor-
mas estaduais explicando de maneira eficiente como planejar
laboratórios escolares dentro dos padrões de segurança. Isso faz
com que muitos laboratórios surjam deficientes em segurança e
também em outros aspectos.
A partir do exposto, as Diretrizes para o laboratório de ensino de Ciências da Na-
tureza propõem condições mínimas para a realização de práticas investigativas
de qualidade, promovida com segurança e atenção às normativas existentes e
aqui discutidas.
2.1 Uso de animais em experimentos
Segundo a Lei 11.794/2008 (BRASIL, 2008), está proibida a utilização de animais
em instituições de Educação Básica, salvo aquelas em que seja a modalidade
de educação profissional técnica de nível médio da área biomédica. A mudança
ocorrida nas últimas décadas com relação ao uso de animais em laboratório
torna-se uma tendência mundial, pois já não há o uso de animais vivos em
diferentes universidades .
1
O paradigma em relação ao uso de animais também vem sofrendo alterações na
sociedade, o que faz com que diferentes grupos sociais evitem esse tipo de
utilização para fins didáticos da Educação Básica. Certamente, há uma profunda
diferença nos procedimentos de vivificação e de dissecação. De todo modo, por
lei, ambas estão fora do contexto marista.
1 Physicians Committee for Responsible Medicine (PCRM). Ethics in Medical Education. Medical school curricu-
la with no live animal laboratories. Disponível em: http://www.pcrm.org/ resch/meded/ethics_med_list.html.
Acesso em 27 abr. 2021.
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