Page 220 - Diretrizes do Programa Marista Bilíngue - 4ª Edição
P. 220

A teoria a respeito da narrativa na linguística e literatura, segundo Andrews
          (2009), apoia a ideia principal de que as histórias contadas são usadas para
          persuadir o público e ou educá-lo. Dessa forma, os que ouvem a narrativa
          são levados a expressar seus pensamentos, organizar os já obtidos e explo-
          rar novos conceitos.
          No campo da retórica, os gregos discutiram os benefícios das narrações.
          Dentre eles, o mais enfatizado é o da aceitação da história pelo público, pois
          quando isso ocorre ele pode ser persuadido pelos elementos nela contidos.
          No set da sala de aula, o mesmo ocorre quando a narração é efetivamente
          usada, os estudantes podem tirar um aprendizado do que foi contado.

          Segundo Fisher, narrar uma história vai para além do campo da literatura,
          ela alcança a “Teoria das ações simbólicas” (Fisher, 1984:2). Ou seja, pala-
          vras ou atos têm uma sequência e significado para aqueles que vivem, criam
          ou as interpretam. Dessa maneira, não importa o tipo de ação simbólica,
          quer seja fantástica ou irreal, o propósito da ação é de transferir informação,
          a qual é intencionada e pretendida por aquele que conta. Portanto, ações
          (histórias) que não visam nenhuma informação não são ações simbólicas.
          A narrativa não é um caos, ou seja, há uma organização e propósito, tanto
          da parte do emissor quanto do receptor, o que significa que numa narração
          os elementos da história são bem organizados, entende-se que eles são sig-
          nificativos tanto para o emissor quanto para o receptor.
          Outro conceito importante está relacionado aos narradores. Eles criam as
          ações simbólicas e o público as recebe e as interpreta. Neste sentido, vale
          ressaltar a preferência dos receptores em relação às histórias, que precisam
          ser consideradas pelo narrador/contador. Uma história não precisa conter
          casos reais, todavia ela precisa persuadir o público com relação à mensa-
          gem que ela deseja passar. Quando organizadas numa sequência que possa
          ser entendida pelo público-alvo, a narrativa, ainda que cheia de elementos
          fantásticos, porém em uma sequência inteligível, pode facilmente passar
          os ensinamentos nela contidos, quer sejam valores morais ou abstrações





          220  Diretrizes do Programa Marista Bilíngue
   215   216   217   218   219   220   221   222   223   224   225