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Essas considerações colaboram para o sucesso metodológico integrante do pro-
grama Vivências Formativas do Marista Centro-Norte.
4.1 A EDUCAÇÃO ENTRE PARES NA ROTINA DO
EDUCADOR MARISTA
Na educação entre pares, ou peer education, os indivíduos de um mesmo grupo
compartilham informações, treinamento ou recursos para os seus pares, seja por
conta da semelhança de idade, profissão, questões identitárias, cultura ou pela
identificação de interesses comuns. A educação entre pares também é apresen-
tada como uma estratégia de desenvolvimento pessoal e profissional de baixo
custo, pois parte da valorização dos conhecimentos e experiências dos membros
de um mesmo grupo e não demanda altos investimentos de infraestrutura. Além
disso, é uma metodologia exitosa quando se dispõem de profissionais reconhe-
cidos por sua excelência acadêmica, como é o caso dos educadores do Marista
Centro-Norte.
Os conhecimentos partilhados entre os pares são parte constitutiva dos saberes
docentes empregados na sua atuação pedagógica. A experiência do outro em rela-
ção às atividades com estudantes, o relacionamento com familiares e as próprias
dinâmicas institucionais são partilhadas e integram o saber dos professores em
seu trabalho (TARDIF, RAYMOND, 2000; TARDIF, 2007).
O formato participativo, com metas comuns que se deseja alcançar, também
é uma característica da educação entre pares. É uma metodologia na linha da
aprendizagem colaborativa, em consonância com os objetivos do programa Vi-
vências Formativas. Dessa maneira, são valorizados os espaços de diálogo como
ambientes profícuos para a formação docente, prática reconhecida pelo educador
Paulo Freire:
[...] o diálogo é, em si, criativo e re-criativo. Isto é, em última
análise, você está se recriando no diálogo de forma mais ampla
do que quando você escreve, solitário, em seu escritório ou em
sua pequena biblioteca. [...] Em última análise, dialogar não é só
dizer “Bom dia, como vai? ”. O diálogo pertence à natureza do ser
humano, enquanto ser de comunicação. O diálogo sela o ato de
aprender, que nunca é individual, embora tenha uma dimensão
individual. (SHOR, FREIRE, 1986, p.11)
Nesse mesmo percurso, o método de Lesson Study ou estudo da aula, é visto como
um trabalho colaborativo em que os participantes pesquisam, planejam, ensinam
e observam coletivamente uma série de lições, usando discussões contínuas, re-
flexões e sugestões para rastrear e refinar suas práticas (HASHIMOTO; TSUBOTA;
IKEDA, 2003). Essa metodologia foi concebida por professores e administradores
japoneses e difundida em variados contextos.
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