Ir. Paulo Henrique Soares em visita à Casa de L´Hermitage, na França – Foto: arquivo pessoal

 

Com trajetória voltada aos Direitos Humanos e aos jovens, Ir. Paulo Henrique Soares viu no ingresso na congregação marista espaço privilegiado para potencializar aquilo que já vivia como estudante, no grêmio estudantil e na defesa social das juventudes. O atual coordenador de Evangelização do Marista Centro-Norte continua a missão de tornar Jesus Cristo conhecido e amado, de modo contemporâneo, em diálogo com a realidade de crianças, adolescentes e jovens, ao mesmo tempo em que, ao lado dos Irmãos Maristas, segue no anúncio ao Evangelho e como discípulo do padre Champagnat.

Confira mais sobre a história desse mineiro, encantado pela vida religiosa, na entrevista concedida ao site Vida Marista.

1) Como o sr. conheceu o marista? Houve algum fato ou história que pode compartilhar sobre esse momento?

O fato mais importante nem é como eu conheci o Marista, mas como o Marista me conheceu. Porque o olhar dos Irmãos para a minha experiência de jovem estudante veio primeiro do que o meu olhar para eles. A história toda inicia em Belo Horizonte (MG), quando comecei a fazer os cursos de liderança juvenil com os Irmãos, no Centro Marista de Pastoral, que depois se tornou Centro Marista de Juventude. Na ocasião, eu era aluno do primeiro ano do ensino médio e presidente do grêmio estudantil da minha escola, que era estadual. E uma marca bastante importante foi a Páscoa Juvenil, de 2003, quando houve um convite forte, por parte do Ir. Natalino, para eu ingressar no grupo e fazer uma experiência. Depois fiz o discernimento vocacional, que me levou a entrar na instituição.

2) Após conhecer os maristas, como veio a vocação para ser Irmão? Por que o senhor decidiu ingressar na congregação marista?

 O meu desejo inicial era cursar Direito. Sempre fui muito vinculado às questões humanas. Inclusive, passei, em Belo Horizonte (MG), durante meu discernimento vocacional, no vestibular. Mas havia um apelo muito forte vinculado à vocação, na época, ao chamado, à experiência de comunidade e liderança de grupos de jovens. Então, ser marista era um meio, um canal privilegiado de potencializar aquilo que eu já vivia como jovem estudante, no grêmio estudantil e na defesa social da juventude, de uma educação de qualidade e dos direitos humanos. E com isso, logo depois do 3º ano do ensino médio, com 17 anos, eu ingressei na casa de formação marista.

3) Pode nos contar como começou a trajetória na instituição? Por onde passou? Quais cargos ocupou e em quais áreas atuou?

O início da minha trajetória marista, depois da experiência vocacional, na Comunidade da Betânia, com Irmão Zeferino, Ir. Vitor Pravato e Ir. Natalino, e de discernimento, no Remov, foi na Comunidade Marista, em Montes Claros (MG), com os Irmãos Rubens Falqueto, que hoje está na Bolívia, com o Ir. Bené, que está em Uberaba, e o Ir. Batista, que já faleceu.

Em Montes Claros, além da experiência comunitária e de estudos, nas comunidades de fé, nós atuávamos nos diferentes setores do Colégio. Eu ajudava a lidar com a documentação escolar dos estudantes e, ao mesmo tempo, era catequista na escola. Isso marcou minha experiência em 2006. Em 2007, no Postulantado, eu vivi em Vila Velha (ES), em Terra Vermelha, com total envolvimento nas comunidades de fé. Eu tinha um espaço de apostolado na Casa de Acolhida Marista, com as crianças em vulnerabilidade social. Foi uma experiência que marcou, definitivamente, a minha vida. No Noviciado, eu fui para Fortaleza (CE), mais precisamente em Maranguape, região de serra. Era literalmente subir a montanha e fazer a experiência com o Senhor Jesus. Passei, então, para o Juniorato, que é o tempo de formação de apóstolo, em Belo Horizonte, onde eu cursei parte da Filosofia e todo o curso da Teologia.

Depois dessa experiência de estudos e já envolvido em muitas atividades da Província, comissões e outras atividades, eu fui nomeado pelo Irmão Provincial para coordenador de Pastoral do Colégio Marista Dom Silvério. Foi minha primeira missão institucionalizada como coordenador, por onde eu fiz uma experiência muito bonita de presença depois de anos dos Irmãos distantes do colégio. Seguidamente a isso, fui enviado à Bolívia, no itinerário de votos perpétuos, onde eu morei por cinco meses. O que me ajudou a entender a internacionalidade da missão e, ao mesmo tempo, como ela tem uma força universa. Depois, fui nomeado para a Comunidade Marista do Rio de Janeiro, onde atuei como coordenador de Pastoral do Colégio Marista São José – Tijuca. Naquele mesmo ano de 2015, eu fiz os votos perpétuos. Depois de ter passado pelo Rio, por dois anos, eu fui nomeado coordenador de Evangelização e vim para Brasília, onde estou até hoje.

4) Atualmente, o senhor é o gestor da Coordenação de Evangelização do Marista Centro-Norte. Como é estar à frente de uma das áreas tão importantes e relevantes para a missão marista?

O coordenador de Evangelização tem de ser seta, ser memória. Memória, porque aponta para o carisma, para aquilo que há de mais original na missão, que é tornar Jesus Cristo conhecido e amado, de modo contemporâneo, em diálogo com a realidade de crianças, adolescentes e jovens. Portanto, ser coordenador de um processo importante desse é ter a capacidade de realizar, apontar caminhos e, sobretudo, operacionalizar a missão. Torná-la palpável, algo vivencial. Mais do que planejar, mais do que construir documentos, mais do que escrever teorias de pastoral e evangelização, é ajudar que essas teorias ou que a prática pastoral e o Reino se materializem nas ações do dia a dia. Todos nós, Irmãos, primeiro somos religiosos. Somos Irmãos de Champagnat. Ser gestor, ou professor são missões que são agregadas no caminho. A nossa técnica, a nossa formação é, essencialmente, apostólica. Sermos, primeiro, bons anunciadores de Jesus e bons testemunhos do padre Champagnat.

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1 Comment
  1. Rogério

    Parabéns Irmão Paulinho! Sua experiência de vida é, para nós, fonte de inspiração!
    Grande abraço!
    Rogério

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