Foto: Ascom / PMBCN

                                                                                                                        A serviço do reino de Deus, em vista do bem comum.

Ir. José Augusto Júnior

Nomeado para exercer o cargo de ecônomo, da Província Marista Brasil Centro-Norte, no último Capítulo Provincial, que ocorreu em Mendes (RJ), entre os dias 11 e 14 de dezembro, de 2018, o Ir. José Augusto Júnior começou a sua trajetória formativa com os Irmãos Maristas nos idos de 2008, quando iniciou o percurso formativo marista, no Núcleo Vocacional, na Comunidade Marista de Betânia, no município mineiro de Belo Horizonte.

Penúltimo, de uma prole de seis irmãos, filho de José Augusto e Conceição Caetano Augusto, o mineiro, da cidade histórica de Sabará, teve uma infância alegre no seio de uma família participativa na vida da Igreja e envolvida com as causas da comunidade local. Sempre foi participativo no grupo de jovens da paroquia, nos grupos da escola, na turma do futebol, na reza do terço, e em tantos outros espaços.

Aproximou-se do Centro Marista de Pastoral, em Belo Horizonte (MG), onde se encantou com o jeito de ser dos Irmãos Maristas. Participava das atividades do Centro e, embalado pelos cursos, encontros e retiros, ressoava em seu peito, cada vez mais, a vontade de participar dos encontros vocacionais. Foi então que, em 2004, na Comunidade de Betânia, participou do primeiro encontro, e, desde então, nunca mais pensou em outra coisa que não fosse ser Irmão Marista.

Realizou a primeira profissão religiosa em 2009, na Capela do Sagrado Coração de Jesus, em Mendes (RJ), e, em seguida, retornou à Belo Horizonte (MG), para os estudos teológico-pastorais, na Comunidade do Juniorato Champagnat. A partir de então, o seu caminho começou a ser traçado na Província Marista Brasil Centro-Norte “nas pegadas de Champagnat e confiante de que a Boa Mãe intercederá na fidelidade e perseverança”, como ele mesmo diz.

Para saber um pouco mais da trajetória deste Irmão Marista, leia a entrevista abaixo:

1) Ir. Júnior, quando houve o start para ser Irmão, como opção de vida? A partir das inquietações “o que posso ser na vida que contribua para ajudar o próximo?; qual a minha contribuição para a Igreja?; e, em que posso servir no Reino de Deus?, foi que o senhor pensou em entrar para o mundo religioso?

Sim, foi a pergunta “o que eu posso fazer para o mundo ser melhor” que despertou em mim a vontade de ser Irmão – e isso começou, praticamente, aos 15 anos, quando, à época, já participava dos encontros de jovens, promovidos pela Igreja. O espaço eclesial sempre nos incentivou a pensar o projeto de vida, o que me levou a, desde muito cedo, elaborar os planos e os próximos passos. A ideia era de que o projeto de vida buscasse sempre tocar e transformar o mundo, e isso mexeu muito comigo.

À época, ao ler uma entrevista do então secretário-geral, da Organização das Nações Unidas (ONU), e também Nobel da Paz, em 2001, Kofi Annan, tive a sensação de querer ser aquilo que Kofi Annan era e fazia, ou seja, ter um propósito de vida que alcançasse milhares de pessoas pelo mundo, de estar disponível para servir. Foi quando vi que poderia fazer a mesma coisa no espaço religioso, fazendo opção por uma vida missionária, mais livre e mais dinâmica, porque, era fato, eu não queria ir para os rumos da diplomacia, como fora Kofi Annan.

A opção pela vida religiosa me remitia a Jesus Cristo, bem como a vontade de servir também era pautada pela vida do Messias, o nazareno que serviu a todos e a todas sem distinção de gênero, raça, credo ou discriminação social, independentemente do local em que pregava. Ele era, e, ainda é, a minha referência. Era isso que eu queria, e escolhi ser Irmão Marista (e não outra congregação) por acreditar na missão da Instituição, e no que o padre Champagnat realizou quando percebeu que era (é) possível educar e evangelizar para um mundo melhor. E, tudo isso, resumidamente, deve ser: “maior do que as minhas pretensões e a Instituição da qual pertenço, acima de tudo está a causa do Reino”.

2) A proximidade com o Centro Marista de Pastoral (CMP) foi o gatilho para sentir a vocação marista e almejar ser Irmão? Em que ano isso se deu? Algum Irmão Marista lhe serviu de inspiração ou lhe ajudou neste momento, para encontrar a vocação?

Nesta busca inicial (start), os elementos foram se aproximando, e é neste ponto que entra o Instituto dos Irmãos Maristas, por meio do Centro Marista de Pastoral, onde a construção do projeto de vida foi ainda mais potencializada, sobretudo com o testemunho de Irmãos e leigos voluntários, que acreditavam na proposta de que a “nossa presença no mundo é transformadora”. Nesta época, eu tinha 20 poucos anos, e de fato a caminhada no CMP pode ser considerada o gatilho para que eu quisesse ser Irmão. No Centro Marista de Pastoral, eu trabalhava com os Irmãos, participava daquela dinâmica proposta e fui cada vez mais me aproximando da opção de vida, que o, mais adiante, me levaria a ser Irmão.

Foram muitos cursos no Recanto Marista, pelo CMP, sobre os mais variados temas e eu participava dos grupos que ajudavam os participantes. Em 2003, em um destes cursos, eu recebi um “correio elegante”, que dizia assim: Querido Juninho, fico muito feliz em saber que no caminho de Jesus há jovens como você, alegres e disponíveis, que sonham em ser Irmão Marista! Siga firme no caminho! – quem enviou o bilhete foi o Irmão Natalino Guilherme de Souza, então diretor do CMP, à época. Este bilhete ainda existe, e faz parte da memória do Ir. Júnior, junto a outros documentos arquivados no Centro de Estudos Maristas (CEM).

A partir de então, o que era para ser um caminho natural para a vida eclesial, tomou outro rumo, pois me formei em Técnico de Telecomunicações, e fui trabalhar na área. Desta forma, me distanciei da vida eclesial e do bilhetinho, entregue pelo Ir. Natalino. Mas não deixei de ter contato com os Irmãos Maristas, garantindo sempre momentos para conversar sobre vocação, pois esta pauta ainda reluzia dentro de mim.

3) Como foi o percurso formativo marista? Pode nos contar um pouco de cada fase e os períodos pelos quais passou pelas formações?

Mesmo tendo que me distanciar da opção de vida que me levaria para a vida religiosa, mantive contato com os Irmãos Maristas, por meio de conversas semanais ou mensais, para tratar da vocação: tinha ou não tinha; queria ou não queria. Isso durou 3 anos, de 2003 a 2006, – tempo fundamental para eu ter certeza do que eu queria, e em 2006 fui convidado para fazer uma experiência na Casa de Formação, em Montes Claros (MG).

Foi uma imersão cultural, aprendi a ter gosto e apreço pela vida comunitária. Em seguida (2007), fui para Vila Velha (ES), no postulantado, e este processo foi lindo: autoconhecimento, autoaceitação, superação e conversão. No postulando, há uma curiosidade, que hoje, se tornou realidade: fiz a minha primeira meia maratona nesta época, e atualmente tenho a corrida com um dos meus hobbies! Em 2008/2009, fui conhecer o coração da vida religiosa, no Noviciado, em Fortaleza (CE). Foi neste momento que descobri que a essência está no ser e, a partir daí, eu escolho o que vou fazer. Fiz os primeiros votos em 13 de dezembro de 2009, em Mendes (RJ) e, desde então, tenho passado por diferentes espaços de formação e atividades no Instituto Marista que me ajudam a ser mais Irmão.

4) Em 2009, o senhor realizou a primeira profissão religiosa, qual foi o sentimento em relação a esta consagração? A partir daí, o senhor seguiu para o Juniorato e depois para a Comunidade de Betânia, em Belo Horizonte. Depois disso, como se deu a sua jornada profissional, até chegar à diretoria do Setor de Vida Consagrada e Laicato?

A primeira profissão dos votos foi muito significativa para mim. Foi um momento muito bonito, onde reunimos familiares, Irmãos, leigos, com a presença do então superior-geral, do Instituto Marista, Ir. Emili Turu, que havia recém sido eleito, no XXI Capitulo Geral.

Em seguida, continuei minha formação no Juniorato, em Belo Horizonte (MG), etapa dos estudos teológicos, entre 2010 e 2013. Conclui este ciclo em 2013, residindo na Comunidade Marista de Betânia. Foi um tempo oportuno, no qual aprendi melhor como se dá a relação dos Irmãos Maristas com as unidades socioeducacionais, e também houve muito aprendizado com os leigos, em sua forma de atuar. Um detalhe fascinante foi retornar à Comunidade da Betânia, onde há 10 anos eu comecei como vocacionado, e retornava como Irmão Marista. Além disso, tive oportunidade de morar com os Irmãos Natalino e Paulo Soares, companheiros deste o início da caminhada vocacional em 2003.

Depois do Juniorato, eu atuei nas Casas de Formação, em Vila Velha (ES) e Fortaleza (CE), como formador. No começo de 2015, eu fiz o itinerário preparatório para os votos perpétuos, em Cochabamba, na Bolívia, por 4 meses, junto com outros 18 Irmãos, de 9 países, um tempo dedicado a experiência de missão, retiro, experiência cultural,  oficinas de espiritualidade e vida marista. Em novembro, dia 21, deste mesmo ano,  fiz a profissão perpétua, em Belo Horizonte (MG), com o coração consolado e convicto. Eu quero ser Irmão Marista,  sou feliz como Irmão e por poder ajudar os outros a viver bem, a ser feliz – foi com este pensamento que eu realizei os votos perpétuos.

E o caminho se deu naturalmente, até o convite para administrar a Superintendência de Organismos Provinciais (hoje, Setor de Vida Consagrada e Laicato). A frente do Setor, no triênio 2016 – 2018, foi um trabalho desafiador para sentir e contribuir com o todo da Província, me humanizar e experimentar as horas de vitórias, mas, também as horas de derrotas.

5) Para finalizar, o que significa ser o novo ecônomo, da Província Marista Brasil Centro-Norte? E quais são as expectativas e esperanças para o novo triênio que se inicia 2019-2021? O que esperar?

Significa uma incumbência de grande responsabilidade e gratidão pela confiança  recebida para ser o apóstolo das economias, da Província Marista Brasil Centro-Norte. Para além da nova função, existe aqui um Irmão que deseja servir, pois o cargo passa, e o meu ser Irmão não. Então, antes de eu ser um bom ecônomo, eu tenho que ser um ótimo Irmão! A minha expectativa para o novo triênio é que, de fato, o nosso jeito de ser e viver a missão marista seja farol de esperança, não só no discurso, mas acima de tudo, na prática, com simplicidade, eficiência e esperança!

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