A preocupação pelo futuro da selva amazônica, de seu frágil equilíbrio ecológico, do futuro de seus habitantes e do trabalho missionário da Igreja, são os temas centrais da Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco “Querida Amazônia”. Assinada em 2 de fevereiro e publicada na última quarta-feira (12), é resultado da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos, para a região Pan-Amazônica, celebrada em Roma, de 6 a 27 de outubro, de 2019. Na ocasião, participaram três maristas brasileiros: o leigo Joaquim Alberto Silva, especialista de Pastoralidade, da União Brasileira de Educação e Cultura (UBEC), Ir. João Gutemberg, da Província Marista Brasil Sul-Amazônia (PMBSA) e Pe. Agenor Brighenti, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). À época, também, o provincial e presidente, do Marista Centro-Norte, Ir. Ataide José de Lima, divulgou carta no qual afirmava que a convocação para o Sínodo é uma resposta do Papa Francisco aos clamores pastorais, sociais e ecológicos da Pan-Amazônia, em consonância com as reflexões e provocações feitas pela Enciclíca Laudato Si. De acordo com o pontífice, o objetivo principal desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de futuro.
Querida Amazônia
A Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia é um documento de 25 páginas, estruturado em quatro partes e um conclusão, na qual o Papa Francisco, conforme assegura ele mesmo, deseja “oferecer um breve quadro de reflexão que encarne na realidade amazônica uma síntese de algumas grandes preocupações já manifestadas por mim em documentos anteriores, que ajude e oriente para uma recepção harmoniosa, criativa e frutuosa de todo o caminho sinodal”. A Exortação procura sugerir caminhos para que a Igreja se encarne na Amazônia. “Deve-se encarnar a pregação, a espiritualidade e as estruturas da Igreja. Por isso, nesta breve Exortação, ouso, humildemente, formular quatro grandes sonhos que a Amazônia me inspira”, declarou Papa Francisco.
Sonhos e desejos
São eles: o sonho social, a riqueza cultural, o sonho ecológico e o sonho eclesial. No documento, ele fala também sobre o papel da mulher e sobre enculturação. “Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida. Sonho com uma Amazônia que preserve a riqueza cultural que a caracteriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana” assim escreveu Papa Francisco, com outros sonhos estampados na Exortação Apostólica “Querida Amazônia”.