Álvaro Loureiro, em atividade, no Colégio Marista Champagnat – Taguatinga – Foto: arquivo pessoal

Me chamo Álvaro Fernando Loureiro da Silva, mas gosto de assinar Álvaro Loureiro; sou natural do Rio de Janeiro, filho de mãe piauiense e de pai pernambucano. Moro em Brasília desde 1976. Passei minha infância em Teresina (PI) e o restante da vida, até os dias de hoje, em Brasília (DF), sempre morando no Guará, região administrativa que gosto muito e onde resido até hoje.

Na infância, tive como referência minha avó, mulher guerreira que muito me ensinou valores como justiça, respeito e solidariedade. Estou casado há 28 anos, com a Jaqueline Mondadori, mulher que se não tivesse a paciência como virtude, como na parábola do vinhateiro, teria cortado a árvore, logo. Temos dois filhos (Luana, de 26 anos e Hugo, de 24 anos). Acredito ter uma inteligência interpessoal muito boa, o que me faz gostar de gente. Sou formado em Geografia e pós-graduado em Ensino Religioso (Pio XI), Assessoria de Pastoral (PUC-PR), Gestão Educacional (Universidade Católica de Brasília), e, atualmente, cursando Orientação Educacional.

O Marista & Eu

E o Marista tem tudo a ver com isso. Minha relação com o Marista iniciou na juventude, quando, estudante do antigo segundo grau, tinha a experiência de jogar e perder para o time de handebol do Marista. Até que um dia um amigo da Igreja me convidou para assistir uma palestra durante uma semana pedagógica do colégio Marista de Brasília (Maristão). Esse foi o meu primeiro contato oficial.

Naquele mesmo ano fui convidado para substituir a professora Valda, de Ensino Religioso, que sairia para fazer um tratamento de saúde. Lembro-me bem que no dia em que fui conversar com o coordenador, – que tinha sido meu professor na faculdade – e tinha ficado tudo certo para eu iniciar na segunda-feira, mas me deu um medo muito grande em trabalhar em uma instituição do porte do Marista. Trabalhava em uma escola bem menor. Assim, tive medo e achei que não daria conta. Me coloquei em oração e pedi ao Senhor que me iluminasse sobre aquela decisão. Já estava pronto para chamar as pessoas e dizer que não iria. Qual foi a minha surpresa que, fazendo uma leitura orante da Bíblia, me encontrei com a passagem do livro do Profeta Jeremias (1, 4-19) e, depois daquele momento, decidi que aquele seria o meu caminho.

Comecei dando aula para a 1ª série do Ensino Médio. A partir daí, passei por todas as séries do Maristão, fui escolhido como professor titular, coordenador da área de Filosofia, Sociologia, Ensino Religioso e DAPS (Desenvolvimento Acadêmico Pessoal e Social). Fiz vários cursos na Província, especialmente o primeiro de Ensino Religioso quando juntaram as duas províncias (Santa Catarina e São Paulo), formando a Província Marista Brasil Centro-Sul (hoje Grupo Marista).

Depois, o Ir. Paulo Forster me convidou para coordenar a Pastoral, do Colégio Marista de Brasília (EI e EF II). Foi uma experiência muito rica. Conseguimos formar uma equipe maravilhosa a quem até hoje guardo com muito carinho, pois eram jovens dedicados e criativos. Com as mudanças na Província, fui convidado a retornar ao Maristão, no qual, no final de 2009, fui desligado. Momento muito difícil na minha vida, mas que me deu espaço para novos projetos de vida, novos olhares sobre as infâncias e as juventudes a partir de um novo lugar na Província Marista Brasil Centro-Norte, trazido pelo Ir. Iranilson Lima, que, logo após o Conselho Provincial, seria chamado para uma outra missão.

Assumindo a coordenação, o Ir. Luiz André, o qual, sob a sua coordenação, realizamos vários projetos, inclusive o formato das áreas que até hoje é mantido como estrutura organizacional. Tive a oportunidade, como analista da Coordenação de Evangelização, de conhecer outras realidades como, por exemplo, os colégios de Natal, João Pessoa, de Belém, Palmas e de Belo Horizonte, além de ter feito uma viagem à Guatemala, juntamente com o Ir. Luiz André. Com os outros analistas (Hudson, Luciene, Raquel e Jorge), aprendi e cresci muito, pessoal e profissionalmente. Ao final de 2011, pedi meu desligamento e fiquei durante todo o ano de 2012 cuidando da minha mãe que estava doente. Retornei em 2013 para o Maristinha como professor de Ensino Religioso.

Em junho de 2016, retornei à Província Marista Brasil Centro-Norte, agora atuando como coordenador de Pastoral do Colégio Marista Champagnat Taguatinga, onde me encontro hoje.

Ser Leigo Marista

Quem avalia minha vida como Marista Leigo, nesses anos todos, é minha esposa que diz, “você é outra pessoa depois que entrou para o Instituto Marista”. Aprendi a amar essa Instituição, independentemente, de estar dentro ou fora dela, sei o bem que ela me fez. Ao entrar no Marista, eu já tinha uma experiência de comunidade eclesial. Mas aqui, fui lapidado. Foi nessa Instituição, mesmo me chateando em alguns momentos, que compreendi, parafraseando São Marcelino Champagnat, que para educar é necessário amar a todas e todos igualmente. Compreendi também que o carisma e a obra são maiores do que as pequenas incoerências. Aprendi a amar Maria e tê-la como Boa Mãe; assim como Champagnat, colocar tudo nas mãos dela, de saber que muitos dos projetos que realizamos ela está à frente.

Faço parte dessa grande família que, nesses mais de duzentos anos, carrega a esperança de educar as crianças, adolescentes e jovens com amor. Tento, ao longo dessa caminhada marista, transmitir os valores da Instituição, principalmente a presença sempre amiga e fraterna junto aos estudantes, colaboradores, famílias e todos que buscam o Marista. Valores como espírito de família, humildade e modéstia fazem parte das ações que realizo. Sei que tenho uma inteligência interpessoal e uso sempre de sinceridade na relação com as pessoas.

Saber ouvi-las com o coração, entender suas dores e sempre me colocar no lugar delas. Penso que aprendi rezando para São Marcelino, que eu tivesse sempre a disposição que ele tinha ao escutar atentamente os moradores da pequena La Valla. A unidade que atuo é a minha La Valla.

Quando estava em sala de aula, ao fazer o meu planejamento, sempre me perguntava: além do objetivo acadêmico, qual o meu maior objetivo para com esses meninos e meninas? A minha resposta era sempre o que aprendi com o Ir. Ivo em uma formação, Champagnat era perseverante na correção dos seus defeitos, sabia superar as contradições, por isso minhas aulas não eram sempre as mesmas.

Atualmente, não participo de nenhum movimento leigo dentro da Província, mas algumas pessoas têm tentado formar uma comunidade para refletir a Palavra de Deus a partir de uma perspectiva marista, e acredito que podemos ser realmente farol de esperança nos espaços onde estamos, mesmo com as dificuldades que enfrentamos, porque nada nessa vida é fácil.

Álvaro Loureiro

Coordenador de Pastoral – Colégio Marista Champagnat – Taguatinga (DF)

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1 Comment
  1. Ir. José Augusto Alves

    Obrigado, Alvaro, por partilhar conosco sua rica experiência de vida, de cristão e de marista!!!
    Como é bom conviver com pessoas como você, impregnadas do ideal que animava o coração de Marcelino Champagnat crescendo a cada no amor às crianças, aos jovens e à grande missão que você abraça!!!

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