Após 97 anos, sendo 75 dedicados à vida religiosa marista, o Irmão Antônio de Araújo Aguiar falece em Recife (PE), em decorrência de parada cardiorrespiratória. Era, na ocasião, o Irmão mais velho da Província Marista Brasil Centro-Norte, nascido em 9 de julho de 1920, na cidade de Orobó (PE). Ingressou na Congregação dos Irmãos Maristas em 19 de janeiro de 1942, professou Votos Perpétuos em 1948 e de Estabilidade em 1961.
Sobrinho de três Irmãos Maristas, Ambrósio (1892-1982), Adauto (1903-1974) e Bernardo Aguiar (1894-1982), este último Provincial entre 1947 e 1954, também era irmão de José Arlindo (1922-1998), ao qual se referia como “firmador” da própria vocação e responsável pela dele. O Recanto Marista Nazaré foi a última residência, em Apipucos, na capital pernambucana, advindo da Comunidade Marista de Surubim, no mesmo estado, cidade que chamava de “abrigo especial”.
Em entrevista publicada em agosto de 2016, Ir. Aguiar contou sobre a descoberta da vocação religiosa, inspirada no seio familiar. “Quem vem ser Irmão Marista parte de um lugar sagrado, de um lar onde se encontra um verdadeiro pai e uma verdadeira mãe, que são merecedores de ter um dia os filhos recompensados por Deus”, afirmou na ocasião. Sobre os 200 anos do Instituto Marista, ressaltou que o novo começo só ocorrerá alicerçado no exemplo daqueles que precederam a história. “Somos continuadores. Quem começa é porque se inspirou em bons princípios. Nós crescemos na vida religiosa porque tivemos aqueles que merecem o carinho e a alegria de sermos seus continuadores: os primeiros Irmãos, aqueles que partiram para a missão”, contou.
Parte do apostolado marista ele viveu no Ceará, onde foi diretor do Colégio Marista de Aracati. Para a analista de pastoral na Coordenação de Evangelização da PMBCN, Nayraline Barbosa, ex-aluna do colégio, Ir. Aguiar era referência de vida e missão maristas, a exemplo de São Marcelino Champagnat. “Sou Marista porque ele me oportunizou ter a educação a qual minha família não tinha condições de acessar. Durante nove anos, ele foi meu diretor, e os olhos dele lacrimejavam quando sorria. Ele transbordava esperança e generosidade em cada atitude para com as crianças. Serei eternamente grata a ele por ter me presenteado com o encantamento de ser Marista”, relembrou.
Sou ex-aluno dos Maristas em Bonfim – Bahia, no Ginásio Sagrado Coração de Jesus e agora diante do vírus que assola do mundo preenchendo os dias e as noites em casa vejo o artigo em que noticia o falecimento do Irmão Aguiar, como assim chamávamos. Foi Diretor no Ginásio e meu Professor de História. Homem que deixou marcas na cidade. Seus irmãos: Adauto (professor de inglês) e Ambrósio (Português) foram marcas na minha vida e na vida de muitos. Irmão Aguiar com seu hábito Marista inspirou muito o meu desejo de também seguí-lo no chamado do Champagnat, porém não realizado, mas um desejo, mesmo já idoso, perseguindo. No céu com seus irmãos de Congregação intercederá a Maria e esta a seu filho Jesus por todos nós e por todo mundo, neste momento difícil que passa.