A realidade da sociedade atual, marcada por fragmentações, e a expressão de comunhão da vida consagrada foram a tônica da entrevista do arcebispo metropolitano de Porto Alegre/RS e membro da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom Frei Jaime Spengler, concedida à Rádio Vaticano no dia 1º de fevereiro. Hoje, dia 2, a Igreja celebra o 21º Dia Mundial da Vida Consagrada, vocação abraçada por milhares de homens e mulheres.
O arcebispo disse que celebrar a vida consagrada na Igreja significa reconhecer a dignidade dessa expressão na vida eclesial. “Pensar a vida religiosa como expressão de comunhão na sociedade mostra-se um desafio enorme que esta parcela do povo de Deus tem pela frente: uma contribuição belíssima para a vida social e eclesial”, afirmou. Sobre a contribuição social e carismática dos religiosos, Dom Jaime afirmou que a história do país poderia ser reescrita com os “óculos da vida consagrada”. “Desde o início, sempre foram presença marcante na história da Igreja do Brasil. Este momento difícil que vivemos, de crise, nos faz repensar posturas, comportamentos e modos de vida”, concluiu.
Recentemente, o papa Francisco afirmou que a vocação, como a própria fé, é um tesouro que nunca deve ser roubado ou perder a beleza. “É um dom que recebemos do Senhor, que fixou seu olhar sobre nós e nos amou, chamando-nos a segui-lo mediante a vida consagrada, como também uma responsabilidade para quem a recebeu”, afirmou o pontífice aos membros da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Por ocasião do Ano da Vida Consagrada, celebrado pela Igreja em 2015, o Superior Geral do Instituto Marista, Ir. Emili Turú, apontou os religiosos como um dos grupos eclesiais que mais abraçaram o convite de renovação do Concílio Vaticano II, transformando-se num curto espaço de tempo, apesar dos percalços. “Foram anos difíceis, de caminhar tateando, tratando de manter-se fiel ao chamado do Espírito Santo. Este período de transformação interna, pedida pelo Vaticano II, ainda não está encerrado”, asseverou o Superior Geral.
Em 200 anos de história Marista, mais de 38 mil homens dedicaram a vida ao projeto de São Marcelino Champagnat. Hoje, o Instituto Marista conta com cerca de 3200 Irmãos. Na Igreja, a quantidade de religiosos e religiosas ultrapassa a marca de 680 mil.