Quem não guarda na lembrança alguma brincadeira dos tempos de escola? Xadrez, quebra-cabeças, pula-pula, pião, ioiô são entretenimentos que divertiram, e ainda divertem, crianças, adolescentes e até os adultos. No ambiente educacional, a hora do recreio ou intervalo sinaliza pausa nos livros e cadernos para o processo de aprendizagem se desenvolver por meio das brincadeiras, dentro ou fora da sala de aula. Na Semana Mundial do Brincar, comemorada de 21 a 28 de maio, a Província Marista Brasil Centro-Norte reconhece a atividade para além do papel lúdico, mas como direito fundamental de crianças e adolescentes e que contribui na construção de identidades, nas relações interpessoais e, também, em oportunidade de o estudante ensinar e aprender.
Pega-pega e esconde-esconde. Essas sãos as brincadeiras preferidas da Maria Eduarda Barcelos, de 5 anos, que estuda no Colégio Marista Champagnat de Taguatinga/DF. “Eu também gosto de brincar de pique alto; tem que ficar alto e depois baixo”, comenta “Duda”, como é conhecida na turma do 2º ano da educação infantil. Mateus Oliveira Santos gosta de jogar futebol no “campão”, e a Marina Alvarenga mostra ânimo quando é para brincar de pular corda e de correr no pátio, além de adorar o parquinho. Ambos têm 5 anos e também estudam no Marista Champagnat, no período vespertino.
As diretrizes da instituição, determinadas pelas Matrizes Curriculares para a Educação Infantil do Brasil Marista, reforçam a importância do brincar como prática pedagógica. “Ele assume caráter formador, exercita a imaginação e a memória, possibilita o exercício corporal”. No Colégio Marista de Natal (RN), o brincar está inserido no dia a dia e o professor é o responsável por organizar brincadeiras que possibilitem o desenvolvimento dos estudantes. “Oferecemos espaço que mescla brincadeira com as aulas, em ambiente favorável à aprendizagem escolar e que proporcione alegria, prazer, movimento e solidariedade”, explica a coordenadora pedagógica da Educação Infantil, Olga Doralice Prudlik Mourad.
A unidade educacional tem a brinquedoteca, para aguçar a inteligência e a criatividade, o parque que possibilita a motricidade, socialização, e os momentos de “faz de conta”, quando o estudante atribui objetos as histórias ou fabulações, além dos jogos matemáticos pedagógicos, para desenvolver as competências interdisciplinares com a junção de teoria e prática. “O brincar permite ao estudante aprender a partilhar, cooperar, comunicar e a relacionar-se, desenvolve a noção de respeito por si e pelo outro, bem como a autoimagem e autoestima. As dificuldades e facilidades de aprendizado do estudante podem aparecer enquanto ele brinca”, destaca a coordenadora.
Neste mês de maio, a Província lançou, em comunhão com a União Marista do Brasil (UMBRASIL), o documento “Evangelização com as infâncias no Brasil Marista”. Nele, a artigo dedicado ao tema, aborda conceitos que reconhecem o brincar como fenômeno cultural e recurso para a criança se apropriar do mundo e dos conhecimento e dar sentido à realidade e à existência. Para Olga Doralice, “independentemente da idade, a brincadeira pode inserir-se como elo do objeto do conhecimento com a aprendizagem”.
O direito ao brincar é reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959), a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989) e o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA(1990). Clique aqui para mais informações sobre a Semana Mundial do Brincar. Conheça, ainda, O Programa Território do Brincar, que proporciona intercâmbio de saberes sobre a cultura infantil. O Ministério da Educação (MEC) tem disponível, para download, o documento “Brincar para todos”, referência para novas práticas pedagógicas e para o sistema de ensino inclusivo.
Foi um sábado ímpar diferente quem não foi perdeu a oportunidade de brincar dentro do espaço que mais as crianças curtem que é a escola. Parabéns pela inciativa.