A primeira videoconferência de formação continuada docente de 2017 foi realizada na noite desta quarta-feira (29/03) e abordou o tema “Letramento crítico: o que é, como se faz?”, com palestra apresentada pelo professor doutor da Universidade de Brasília (UnB), Guilherme Rios. A atividade, promovida pela Gerência Educacional da Província Marista Brasil Centro-Norte, com a presença dos professores e equipes técnicas das unidades educacionais e sociais, teve o objetivo de proporcionar discussão e reflexão sobre caminhos pedagógicos que mobilizem o estudante a interpretar o mundo em que vive, por meio das áreas do conhecimento e abordagem crítica da linguagem.
Professor Guilherme Rios iniciou a fala com o conceito de letramento crítico e, também, explicando o surgimento do tema, a partir de resgates arqueológicos e das filiações. Ele citou a experiência em Angicos (RN), no início da década de 1960, em que se aprendia a ler e escrever para compreender o mundo, além de citar outros movimento vinculados a Paulo Freire, à Pedagogia Crítica e os vínculos às diferentes culturas. “A proposta de letramento crítico a qual estou vinculado é a da integração dos novos estudos de letramento e na análise do discurso critica. Trata-se de campo de estudo multidisciplinar, vinculado ao poder presente nas relações desiguais, das ideologias e mudanças sociais”, explicou, ao trazer outros elementos de significação do letramento. “É disciplina científica e, ao mesmo tempo, é objeto de conhecimento constituído por atividade de leitura, escrita, fala. A linguagem é sempre sobreposição da fala, escrita e outros meios semióticos, como os sinais, imagens, desenhos, diagramas, infográficos, tabelas, grafismos”, contextualizou o professor.
Rios também explicou que o discurso pode ser compreendido como o uso da linguagem em ações concretas da prática social. “É a análise crítica que expõe a realidade, sempre haverá o discurso nas intervenções e valores que as pessoas carregam nas relações, desejos. O discurso torna-se a representação reflexiva da realidade”, destacou. O professor também provocou os participantes a partir da pergunta: “O que eu estou querendo dizer quando digo crítico na abordagem integradora do letramento”. Ao responder. “O objetivo é mostrar a realidade com ela é, compreender o porquê de as estruturas, práticas e relações serem como são; é buscar a transformação do estado das coisas em prol da justiça social”, argumentou.
Dentro do corpo teórico e prático do letramento, Guilherme Rios esclareceu que o ensino e aprendizagem da leitura e escrita na escola, a partir da atuação do professor, é ajudar os estudantes, por exemplo, na leitura da Matemática. “Nesse caso, há o letramento fazendo a mediação do conhecimento; a explicação da realidade começa com um problema gerado a partir da análise do discurso”, ponderou. A próxima videoconferência de formação será no dia 26 de abril, sobre o tema “Letramento crítico: Área de Linguagens e códigos”.