11113875_982299661803718_9096274743612067356_nCom atuação na área social, Ir. Edvaldo Ferreira Lima, diretor da Escola Marista Champagnat de Iguatu, no Ceará, partilha, nesta entrevista, as alegrias e os impactos do trabalho da unidade educacional no município, que é referência na cidade pela qualidade dos serviços, o bom atendimento ao público e modelo de educação cristã. O local atende a mais de 200 crianças na Educação Infantil, com idade entre três e cinco anos, e os adolescentes da comunidade, assim como as famílias, também participam de atividades.

1. Como se dá a atuação Marista em Iguatu?

A comunidade Marista está presente em Iguatu há 25 anos. Começou com o trabalho de base na organização da comunidade local, que era um bairro de periferia, com carência de serviços básicos como água e energia. Assim, os Irmãos foram formando lideranças comunitárias e eclesiais, como catequistas. Com o tempo, iniciaram projeto de reforço escolar, em salas improvisadas e com professores voluntários. Mais tarde, surgiu a obra social marista ou projeto, como é conhecida até hoje na cidade, que trabalhava com oficinas esportivas e de arte e reforço escolar para crianças de 07 a 15 anos. Em 2010, com a reestruturação das unidades da província, o projeto foi fechado para iniciar a escola de educação infantil.

Hoje a Escola Marista atende a mais de 200 crianças, de 03 a 05 anos, em dois turnos e abrange público de vários bairros. É referência na cidade pela qualidade dos serviços ofertados e bom atendimento ao público. Destaca-se no modelo de educação cristã embasada em valores como amor ao próximo, amizade, acolhida e respeito mútuo. Também pela educação integral que cultiva corpo, mente e espírito com atividades esportivas, artísticas e evangelizadoras. Estamos de forma atuante no bairro João Paulo II e na comunidade São Marcelino Champagnat. Vale destacar que, na comunidade de Irmãos, esse ano, estamos Irmão Severino Euzébio e eu.

2. Quais as interlocuções e parcerias realizadas? Como é a incidência nos espaços de defesa dos direitos da criança e do adolescente e na comunidade eclesial?

A Escola Marista de Iguatu prioriza o trabalho em rede para oferecer educação de qualidade para as crianças e familiares. E, por ser uma unidade voltada para famílias com baixo poder aquisitivo, busca sempre realizar parcerias com os serviços que são ofertados pelo município na rede socioassistencial. Dessa forma, fazemos diversas parcerias com equipamentos da assistência social, educação e saúde. Além de parcerias com o Sesc, Senac e outras empresas para realização de palestras e oficinas.

Temos atuação forte nos diversos conselhos municipais e nos espaços de incidência política. Atualmente, fazemos parte do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, onde sou vice-presidente, Conselho de Educação e Conselho de Juventude. Até o ano passado, estávamos na presidência do Conselho Municipal de Assistência Social. Também já atuei no conselho do FUNDEB, representando a Cúria Diocesana. No bairro, sempre trabalhamos em parceria com o Conselho da Igreja, a Associação de Moradores, PSF e Escola CAIC.

Na comunidade local, atuamos na formação de lideranças eclesiais e na organização dos trabalhos pastorais como terço, círculo bíblico, liturgia. E temos o grupo da PJM com os jovens. Na paróquia, participamos do conselho paroquial e assessoria das Comunidades Eclesiais de Base. Em nível de diocese, participamos da diretoria da Conferência dos Religiosos do Brasil e algumas atividades e encontros.

3. Qual a importância da presença Marista na cidade?

A presença Marista na cidade tem grande relevância, não só pelo trabalho que realiza na escola, mas pela contribuição que deu ao bairro João Paulo II e no serviço de educação na cidade. Somos reconhecidos pela seriedade, ética e testemunho de vida, além da atuação na defesa dos mais pobres, principalmente crianças e adolescentes.

4. Quais os principais resultados do trabalho Marista na unidade e no município?

Os principais resultados são a qualidade do trabalho que é realizado pela escola. O ensino que é oferecido para as crianças, o material ofertado e a alimentação. Tudo isso faz com que as crianças tenham uma boa aprendizagem, cultivem valores e, acima de tudo, tenham seus direitos garantidos. A escola também tem bons resultados porque atua diretamente com as famílias, oferecendo vários espaços de formação, convivência e acompanhamento.

No município, não falaria em resultados, mas em credibilidade. Participamos de vários espaços de discussão política. Apoiamos a luta por moradia. Dou palestras em escolas e universidades sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, sobre Redução da Maioridade penal. Enfim, quando as pessoas sabem que estamos envolvidos em alguma causa, elas dão credibilidade.

5. De que forma o trabalho que desempenha contribui para a sua missão como Irmão?

Como maristas, somos convidados a “tornar Jesus conhecido e amado entre crianças e jovens”, principalmente os mais pobres. E como Irmão, o que me move é o testemunho de vida junto às crianças e jovens do bairro. Como diretor de escola de educação infantil, estou em contato, todos os dias, com as crianças e as famílias. Eu me alegro com as conquistas, fico angustiado com os problemas que apresentam. Fico muito feliz em saber que famílias que nunca poderiam pagar por uma escola para os filhos estudarem, tem no bairro, que é marginalizado, uma das melhores escolas da cidade. Isso é gratificante.

Como estamos em um bairro de periferia, nosso trabalho é constante. Fora da escola, tem as pessoas que procuram nossa casa para pedir alguma ajuda, para conversar, pedir orientação. Os jovens gostam de estar conosco e nos têm como referência. Tudo isso alimenta nossa vocação. São os sinais e apelos diários de Deus em nossa vida. Eu me sinto muito feliz na missão que realizo, pois são nesses encontros diários que podemos testemunhar nossa vocação sendo, Irmão, para todos que nos procuram.

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