Em Família: Ir. Carlos Eurípides Honório Filho

Ir. Carlos, em atuação no Aprendizado Marista Padre Lancísio, em Silvânia (GO). Foto: arquivo pessoal

Criatividade missionária, constante e profética

Ir. Carlos Eurípedes Honório Filho

A história é recente, começou em 2012, mas muito consistente e cheia de certezas – ou quase, como diz o próprio Ir. Carlos Eurípedes Honório Filho. Esta entrevista é com ele, que, atualmente, está passando pela fase do Juniorato II, na Comunidade Marista de Silvânia (GO), onde trabalha, também, na escola social Aprendizado Marista Padre Lancísio.

Porém, antes de chegar aí, Ir. Carlos passou pelas etapas formativas, das quais são necessárias para se tornar Irmão marista. Todas elas cheias de significados para o Irmão, cada qual com a sua mensagem. Ele absorveu todas elas e afirma que “o processo formativo na Congregação Marista é humanizador e profético, e isso ajuda muito o jovem vocacionado que está chegando à Instituição”.

Em 2015, ele professou os primeiros votos, e diz que ser Irmão marista é ser sinal de testemunho para as pessoas com as quais ele convive. Ele continua na caminhada, com calma, sintonia consigo mesmo, com Deus e com o processo vivido.

Para saber mais deste Irmão, leia a entrevista abaixo e se encante por sua história!

1) Ir. Carlos, como foi o início do senhor na vida religiosa? Como isso se deu?

O meu início na caminhada marista se deu no ano de 2012, na cidade de Vila Velha (ES). Como toda novidade, o início vem cheio de sentimentos, curiosidades, acolhidas, pessoas, lugares, e, para mim, não foi diferente. O que quero chamar atenção, é o fato do que senti naquele tempo e confirmo hoje: a bonita e significativa acolhida que tive, dos Irmãos, leigos e leigas. Penso que para quem chega, ter um espaço fraterno, místico, profético e disposto a acolher um jovem vocacionado, essas características não podem faltar.

2) E, no mundo Marista, como é que o senhor conheceu a congregação e como tudo começou?

Sou natural de uma cidade mineira, Guimarânia, e, perto de lá, temos o Colégio Marista Patos de Minas, mas não tinha contato. Contudo, no ano de 2010 eu participava como membro da coordenação diocesana da juventude e, no mesmo ano, fui participar de uma reunião do Regional Leste II da CNBB. Neste encontro, estava presente o Ir. Joilson. E, naquela dinâmica do encontro e percebendo o jeito daquele Irmão ser presença no meio dos jovens, foi me despertando a vontade de conhecer o que era ser um Irmão marista. Assim, dialogando com ele, dei início ao processo de acompanhamento vocacional na Comunidade Marista de Patos de Minas com o Ir. Ladislau. No ano de 2012, iniciei minha caminhada formativa.

3) Já na Congregação Marista, como foram as etapas de formação e o que isso agregou ao senhor? Teve dúvidas durante o processo?

Posso dizer que o processo formativo, em nossa Instituição, tem seu destaque pela forma humanizadora e profética de acompanhar e ajudar o jovem vocacionado que chega para conhecer a nossa família marista.

Iniciei em 2012 na etapa formativa do Pré-Postulantado, na cidade de Vila Velha (ES), etapa que chamo de acolhida e testemunho. Em 2013, fui para o Postulantado, na cidade de Fortaleza (CE), onde vivi uma bonita experiência e que chamo de aprofundamento e cultivo da história de vida.

Nos anos de 2014 e 2015, vivi a etapa do Noviciado, tempo de interioridade e aprofundamento da história marista, onde vivi nas cidades de Passo Fundo (RS), Santa Cruz do Sul (RS) e Florianópolis (SC), tempo que chamo de cultivo do coração do irmão marista. E foi no dia 29 de novembro de 2015 que realizei meus primeiros votos.

Já nos anos de 2016 a 2018, morei em Belo Horizonte (MG), onde foi um tempo de estudos da Teologia e de bonitas experiências, etapa que chamo de embasamento da fé. Atualmente, desde o ano de 2019, estou residindo na cidade de Silvânia (GO), e vivo da etapa que chamamos de Juniorato II, que tem sido um desafio, novidade e aprendizado muito grande.

Durante o processo, com certeza vão aparecendo dúvidas, questionamentos e tantos outros sentimentos. Contudo, vejo que esses momentos servem para nos ajudar a realmente nos encontrarmos e irmos fortalecendo a opção de vida. Desafiador, sempre será, o convite é termos calma, sintonia consigo mesmo, com Deus e com o processo vivido.

4) E o que é ser Irmão Marista para o senhor? Como é seguir a missão deixada por São Marcelino Champagnat?

Acredito que ser um Irmão Marista, e ser um religioso acolhedor, buscador de Deus no cotidiano, nas pessoas, nas situações e, também, nas experiencias sacramentais, como ainda ser uma pessoa integrada consigo e sua história, é sinal de testemunho para os quais ele convive.

Assim, digo que seguir a missão do nosso pai fundador, São Marcelino Champagnat, é continuar tornando Jesus Cristo conhecido e amado entre as crianças adolescentes e jovens, sobretudo os mais empobrecidos e marginalizados.

Penso, ainda, que, também, nos tempos de hoje, somos cada vez mais provocados a vivermos uma criatividade missionária constante e profética, seja com nossas estruturas ou avançando e dando as mãos a outras instituições e pessoas que querem viver este bonito carisma na Igreja e na sociedade.

5) Para finalizar, atualmente, o senhor está na Comunidade Marista de Silvânia (GO), e atua na unidade social Aprendizado Marista Padre Lancísio. Como tem sido este trabalho? O que ele agrega ao senhor?

Como mencionei a pouco, reforço que estar neste bonito espaço tem sido um desafio, novidade e aprendizado muito significativo para o meu processo pessoal, religioso e de missão. Muitos dizem que a primeira comunidade, após a vivência na casa de formação, marca muito a vida do Irmão marista. Acredito que, para mim, não será diferente.

Assim, posso dizer que este espaço é muito privilegiado para uma bonita missão, principalmente pelo perfil do público que atendemos e que nos enriquece de maneira extraordinária. Cada criança, cada educador, com suas ações e acolhidas, tem uma riqueza maravilhosa de vida, desafios, mas também muitos sonhos.

Sonhos esses que poderemos contribuir significativamente pela qualidade, dedicação e opção em continuar neste espaço. Para aqueles e aquelas que leem essa entrevista, encorajo cada um a abraçar ou a continuar na vivência desse bonito carisma deixado por Champagnat, e que vivemos de formas, maneiras, espaços e situações diferentes e enriquecedoras.

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