Ir. Bruno

Irmão Antônio Bruno da Silveira Sobrinho nasceu em Passos, estado de Minas Gerais, no dia 12 de junho de 1935, na fazenda Morro das Flores, no período das fogueiras de Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. Na mesma noite do seu nascimento, os familiares deram com ele uma volta à fogueira de Santo Antônio.

Realizou o curso ginasial e o curso científico com os Irmãos Maristas, respectivamente em Mendes-RJ e Curitiba-PR. Estudou Pedagogia: Administração/Supervisão Escolar, na Faculdade Santa Maria, em Belo Horizonte e alguma complementação, na Faculdade Notre Dame, no Rio de Janeiro.

Em Uberaba, trabalha e reside na comunidade Marista desde 2006. A consagração religiosa marista se deu em 22 de dezembro de 1954. É Irmão Marista há 63 anos.

1 – Como foi o seu itinerário vocacional? Como se deu o despertar para ser Irmão Marista?

Não conhecia os Irmãos Maristas e nunca havia pensado em ser religioso ou sacerdote. O Senhor tem seus caminhos! Sou de uma família de vida cristã, de oração e de confiança em Deus. Eu mesmo, em criança, fazia minhas singelas orações.

Estando em Passos, iniciando os meus estudos oficiais, embora muito atrasado e desatento em sala de aula, em 1949, o Irmão Anselmo Pio, de batina, espanhol, recrutador marista, foi a Passos à procura de vocações para Irmão Marista. Hospedou-se na residência de dona Alcina Cardoso, mãe de Elmar e Astério Lemos, que já eram Irmãos de votos temporários. Irmão Anselmo mandou recado para a minha família que queria conversar comigo e meu irmão Joaquim, na casa de dona Alcina. Como tínhamos recebido o recado e tendo muito respeito e consideração pelos padres, atendemos ao convite, com presteza. O Irmão nos recebeu, conversamos longamente. Ele nos mostrou fotos de Mendes (fazenda, florestas, máquinas, pomares…) e isso nos agradou interiormente. Em seguida, convidou-nos para irmos estudar para Irmão Marista, lá. Concordamos e, assim, ficou estabelecido: dentro de um mês, preparar o enxoval para a viagem.

Hoje, revendo os fatos, percebo que fiz todo esse processo vocacional com muita entrega, perseverança, lealdade e feliz. Meu tempo de formação marista era bem preenchido: oração, limpeza da casa, estudo, recreação, boas relações interpessoais e descanso. Adaptei-me fácil e gostava desse regime de vida de forma bem consciente. Ritmo de vida saudável, exigente e feliz. Muitos colegas. Fui feliz, dedicado e vencedor, com a graça de Deus. Depois de vividas as diversas fases de formação marista e a fase canônica, fiz minha Consagração Religiosa no Instituto Marista, em 22 de dezembro de 1954, tornando-me Irmão de votos temporários. Graças a Deus, venci com grandeza empecilhos inerentes à vida de qualquer pessoa e percebo que o Senhor me levou muito para lá dos desânimos e das tensões. Vejo com bons olhos o valor dos momentos de oração, do estudo constante da Palavra, da convivência comunitária fraterna, do trabalho perseverante e criativo na formação das crianças e adolescentes e dos momentos de reflexão pessoal.

Para mim, o chamado de Deus à vocação foi acontecendo ao longo do processo de formação e da convivência marista.

2 – Quais as experiências da vida comunitária? Quais os aprendizados e desafios? De que forma contribuem para vida de Irmão?

Considero-me privilegiado, pois sempre estive em boas comunidades. Convivi com Irmãos muito bons, pessoas especiais. A convivência fraterna, as boas relações interpessoais e os momentos fortes de oração comunitária me deram força, motivação e sentido de vida religiosa: experiência de Deus, aprofundamento da fé, fraternidade e vitalidade para a missão de tornar Jesus Cristo conhecido e amado. Trabalho constante de cada um: presença física significativa na comunidade e respeito às individualidades.

3 – Como é a sua rotina comunitária hoje, em casa, no colégio e na Igreja?

Presença espontânea, ativa e satisfeita. Participação nos grandes momentos comunitários de oração, refeições e lazer. Com frequência ou diariamente, dedico tempo ao estudo, ao acolhimento das turmas de alunos na residência para algum tema de ocasião e à formação catequética para nossos atendentes. A vida é dinâmica!

4 – Narre algum fato marcante em sua trajetória de Irmão.

A vida de cada qual tem seus fatos marcantes. No meu caso, sempre procurei dar atenção às pessoas, a acolher criteriosamente as novidades e tudo que possa enriquecer a vida.

5 – O que deseja e espera da entrada no terceiro centenário de atuação marista no mundo? E do trabalho do marista em Uberaba?

No terceiro centenário de atuação marista no mundo, espero que sejamos capazes de levar à frente, com vitalidade, criatividade, esperança e unidos aos nossos superiores, o carisma de Champagnat, numa forma alegre, atraente e profunda de evangelizar e educar as crianças e jovens. Que o nosso Diocesano de Uberaba continue a ser referência na cidade de excelência no ensino, na formação humano-cristã, no atendimento às famílias e na valorização da equipe docente. Que a formação dos Irmãos e das leigas e leigos maristas seja de qualidade e zelo.

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