No Brasil, a valorização da cultura afro-brasileira é um compromisso educacional reforçado pela implementação da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas. Essa iniciativa não apenas promove a inclusão, mas também combate o racismo estrutural por meio da educação. Integrar esses conteúdos no currículo escolar visa não apenas o reconhecimento das contribuições históricas e culturais dos afrodescendentes, mas também fortalecer a identidade negra.
No Colégio Marista, essa temática é tratada dentro e fora da sala de aula. Segundo o professor e historiador Thiago Pereira: “Nas aulas trabalhamos este assunto com várias ferramentas, que vão desde o material didático, até seminários, apresentações culturais e reflexões de datas importantes e simbólicas, como o 20 de novembro”. O colégio também realiza o projeto pastoral pedagógico Missão Marista de Solidariedade (MMS), que desde a década de 1990 promove o convívio e a troca de experiências com povos tradicionais, incluindo as comunidades quilombolas de Brejo dos Crioulos em São João da Ponte, Lapinha em Matias Cardoso, e Croatá e Caraíbas em Januária.
A assessora de missão, Aparecida Vieira, destaca como um diferencial do colégio na formação humana e integral dos estudantes a participação em projetos que vão além dos muros da escola. Nestas iniciativas, não apenas colaboradores e alunos se engajam ativamente, mas também os irmãos maristas, que desempenham um papel essencial na evangelização. São desenvolvidas atividades recreativas e educativas com as crianças, rodas de conversa com as juventudes, adultos e idosos, danças culturais, visitas e acolhimento às famílias, com entrega de alimentos, roupas e produtos de higiene.
Assim, a valorização da cultura afro-brasileira dentro do colégio tem fortalecido a identidade negra entre os estudantes afrodescendentes, proporcionando referências positivas e ampliando sua autoestima. Essa abordagem educacional não só promove a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, mas também prepara os jovens para enfrentarem e superarem desafios relacionados à discriminação racial em outros contextos.
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